quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ad2 de História da Educação - 2° semestre de 2009

1ª QUESTÃO




A vinda dos jesuítas para o Brasil não pode ser interpretada de forma neutra e descontextualiza, pois é permeada por interesses que perpassam tanto os objetivos econômicos de Portugal, bem como os objetivos missionários da Igreja Católica. Considerando o exposto e a leitura do texto nº 9 “Prática docente jesuítica e política colonial no Brasil quinhentista” de Maria Cristina Menezes, interprete a seguinte afirmação da autora:



E, finalmente, houve o abandono do ensino profissional, tão prezado no plano de Nóbrega. No entanto, a esse respeito, há que se considerar que, do ponto de vista dos ofícios, no Brasil colonial escravista, um mestre-de-obras, um marceneiro ou um ferreiro, por exemplo, não empregavam trabalhadores assalariados livres: preferiam comprar negros e instruí-los. O número das atividades produtivas era reduzido e a agricultura era tida como trabalho de negros. Essas constatações quanto à sociedade colonial mostram, em certa medida, o quão equivocada se apresentava a visão de Nóbrega. (MENEZES, 2000, p.53).





2ª QUESTÃO





Maria Isabel Moura Nascimento (2007), no texto 10 Instituições escolares no Brasil colonial e imperial, afirma:



Após 210 anos de serviços educacionais prestados ao Brasil, os jesuítas foram banidos porque a educação jesuítica não coadunava com os interesses comerciais do Marquês de Pombal. Portugal estava decadente em relação a outras potências européias, e o Marquês pretendia reerguer o país, colocando as escolas a serviço do Estado e não mais da fé. Com o desmantelamento do sistema jesuítico, a educação brasileira praticamente voltou à estaca zero no início do século XIX.



A partir da constatação da autora, produza um texto argumentativo sobre a questão educacional brasileira após a expulsão dos Jesuítas.

Para o desenvolvimento dessa questão você deverá utilizar também o texto n. 12 “A educação brasileira no período pombalino: uma análise histórica das reformas pombalinas do ensino”, de Lizete Shizue Bomura Maciel e Alexandre Shigunov Neto (2006)





3ª QUESTÃO



O Iluminismo no século XVIII foi uma época de intensa efervescência intelectual na Europa que se espalhou para o novo mundo, fomentando movimentos de independência e emancipação política. Também conhecido como “Século das Luzes” ou Ilustração, marcou o desenvolvimento, no campo cultural e intelectual, de perspectivas coerentes com os interesses da burguesia, como a valorização do uso da razão sobre interpretações metafísicas do mundo, a defesa do liberalismo político e econômico e o anticlericalismo. Destacam-se como teóricos dessas idéias, entre outros pensadores, Quesnay e Adam Smith, no campo do pensamento econômico, Montesquieu na política, assim como os franceses Voltaire e os enciclopedistas D’Alembert e Diderot.



Tendo em vista o que foi acima mencionado, descreva as idéias fundamentais do iluminismo para a educação e a pedagogia.



4ª QUESTÃO





Disserte sobre Johann Heinrich PESTALOZZI e sua pedagogia, apontando os elementos que o aproximam do pensamento de Jean Jacques Rousseau.

Respostas das questões da Ad2 de História da Educação




Questão 3:

O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu durante o século XVIII na Europa e tinha como objetivo maior liberdade econômica e política.

Dentre as principais idéias do iluminismo para a educação e a pedagogia podemos descrever:

Educação ao encargo do Estado (A educação deveria ser dever do Estado sendo estendida a todos os cidadãos de forma pública e gratuita).

Obrigatoriedade e gratuidade do ensino elementar;

Nacionalismo, isto é, recusa do universalismo jesuítico;

Ênfase nas línguas vernáculas, em detrimento do latim;

Orientação prática, voltada para as ciências, técnicas e ofícios, não mais privilegiando o estudo exclusivamente humanístico (A fé na ciência, um papel de relevo no movimento filosófico do Século das Luzes, assumindo-se como um agente poderoso de progresso social pelo fato de permitir uma melhoria considerável das condições de vida do homem).

Política educacional focada no esforço para tornar a escola leiga e função do Estado;

Tornar o ensino como veículo importante das luzes da razão e no combate às superstições e ao obscurantismo religioso (Segundo os filósofos iluministas, o homem vivera, até então, na obscuridade, nas trevas. Seria, portanto, necessário libertá-lo, iluminando-o, de forma a que pudesse ainda desfrutar das vantagens do progresso. A difusão do iluminismo criava, inclusivamente, uma fé imensa no progresso de toda a humanidade, a razão crítica seria a principal responsável pela condução do espírito em direção às grandes verdades, que fariam do homem um ser autônomo, pensante e atuante).



Questão 4:



Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) tinha idéias voltadas para uma Pedagogia denominada Intuitiva, cuja característica é oferecer dados sensíveis à percepção e observação dos alunos. Ele se interessou pela educação elementar, com foco nas crianças pobres. Foi discípulo de Rousseau e as suas idéias se aproximavam bastante do pensamento dele.

Pestalozzi é considerado um dos defensores da escola popular extensiva a todos e acreditava que o povo não deveria receber apenas a simples instrução, mas também uma formação completa. Onde se pudesse estimular o desenvolvimento espontâneo do aluno, pois para ele, o indivíduo é um todo cuja partes devem ser cultivadas.

Suas idéias se aproximam com as de Rousseau pois ambos concebiam a educação como processo que deve seguir a natureza e os princípios da liberdade, da bondade inata do ser e da personalidade individual da criança.

Para Pestalozzi a criança tem potencialidades inatas, que serão desenvolvidas até a maturidade. Ele defendeu uma educação não-repressiva, o ensino como meio de desenvolvimento das capacidades humanas, o cultivo do sentimento, da mente e do caráter. Assim como Rousseau que acreditava que a educação deve buscar a espontaneidade original, livre da escravidão aos hábitos exteriores, a fim de que o indivíduo seja dono de si mesmo, agindo por interesses naturais e não por constrangimento exterior e artificial.

Em relação ao fator da intuição não se limitava à mera visão passiva dos objetos, à contemplação das coisas e sim incluía a atividade intelectual por meio da qual eram criados os objetos. Assim na educação profissional aprende-se trabalhando, fazendo, relacionado conhecimentos e atividades práticas. Assim ele se aproxima de Rousseau novamente que não dava muito valor ao conhecimento transmitido e queria que a criança aprendesse a pensar, não como um processo que vem de fora para dentro, ao contrário, como desenvolvimento interno e natural.

Assim podemos concluir que tanto Pestalozzi como Rousseau tinham como foco um ensino em que não acontecesse através da repressão do educando e sim na prática da liberdade objetivando a formação de um ser humano integral seguindo a natureza.

Ad1 de História da Educação - 2° semestre de 2009

Leia os textos 1, 2, 3, 4, 5 indicados no Cronograma da Disciplina História da Educação com bastante atenção. Após a leitura desenvolva as questões/atividades solicitadas abaixo:






1ª QUESTÃO / ATIVIDADES: (1,0 ponto)



Escolha UM entre os textos lidos e:



(a) Indique a referência completa do texto; para isso consulte o Guia da Disciplina;

(b) Informe o motivo da escolha do texto.





2ª QUESTÃO / ATIVIDADES: (5,0 pontos)





Releia o texto escolhido e desenvolva o solicitado abaixo:



(a) O tema do estudo e o período tratado no texto.

(b) Você considera possível formular expectativas e algumas hipóteses de como o texto será encaminhado a partir do título? Por quê?

(c) Quais (ou qual) trechos foram os mais difíceis? Identificar a razão da dificuldade - frase mal elaborada, escrita ou ambígua, presença de muitos conceitos desconhecidos por você, siglas e palavras rebuscadas, entre outras dificuldades;

(d) Relacionar para pesquisar: (1) os conceitos que não domina; (2) as siglas; e (3) as palavras novas. Apresente o resultado da pesquisa apontando as fontes consultadas (livros, artigos, internet, entre outras).

(e) Quais principais autores com os quais o autor dialoga.





3ª QUESTÃO / ATIVIDADES: (4,0 pontos)



A partir das atividades desenvolvidas e as reflexões produzidas pela leitura, elabore um resumo do texto, seguindo as seguintes orientações.



(a) O resumo deverá conter entre 15 e 30 linhas;



(b) Busque usar suas próprias palavras na confecção de seu texto e lembre-se de colocar aspas quando for transcrever alguma passagem do autor, indicando ano e página;

(c) Suas considerações pessoais acerca do tema tratado pelo autor, ou mesmo sobre a forma como conduz sua reflexão serão sempre bem-vindas, mas evite tecer juízos de valor! Caso queira indicar alguma opinião ou crítica ao autor/texto ou à forma como desenvolve seu argumento, não se esqueça de fundamentar sua posição! Aqui você poderá recorrer a outros autores que tratam do tema estudado.

Respostas da Ad1 de História da Educação




Resposta N°1 (letra a):



MELO, José Joaquim Pereira. Estado Romano e instituições escolares. Série-Estudos – Periódico do Mestrado em Educação da UCDB. Campo Grande-MS, n. 25, p. 1-241, jan./jun. 2008.

Disponível em http://www.ucdb.br/seriestudos/publicacoes/ed25/S_Estudos_n25_inteira.pdf



Resposta N°1 (letra b):



Este texto foi escolhido por apresentar uma linguagem clara e por conseguir retratar em poucas páginas o contexto em que se encontrava a educação no Estado Romano, inicialmente sendo dever apenas da família e depois passando a ser de responsabilidade do Estado. É um texto que apresenta detalhes, características e exemplos em que o leitor pode construir um diálogo voltando ao tempo e nos fazendo compreender um pouco do início da história da educação.



Resposta N°2 (letra a):



O tema do estudo é o Estado Romano e as Instituições Escolares:

Reflexões em torno das instituições escolares romanas no período do Império e da República; A educação na família; A educação militar; A educação privada; e a Educação como encargo público do Estado.

O período tratado no texto é em torno de 509 a.C até meados de 476 d.C.



Resposta N°2 (letra b):



É possível formular expectativas e algumas hipóteses de como o texto será encaminhado através do título, isso ocorre porque ao fazer sua leitura: “Estado Romano e Instituições Escolares”; imaginamos que o assunto tratado será desenvolvido em torno das instituições escolares no período em que o Estado Romano governou. Criamos expectativas em torno do início do processo de escolarização sistemático ou não, suas etapas e como isso ocorreu.



Resposta N°2 (letra c):



Na primeira leitura do texto alguns parágrafos apresentaram uma dificuldade de compreensão, o que não ocorreu mais após a terceira e quarta leitura. Isso se deve ao fato de questões de interpretação. Mas o texto apresenta uma linguagem clara que facilita a sua compreensão, apesar de em alguns momentos demonstrar palavras em espanhol e latin.

Houve um parágrafo que apresentou alguns conceitos desconhecidos, o que não prejudicou a sua compreensão. Transcrevo-o logo abaixo:



“A primeira escola de retóricos latinos remonta ao ano de 93. No ano seguinte à sua fundação, foi fechada por um édito censório, acusada de ser uma inovação contrária aos mores maiorum. O espírito que animava a nova escola inquietava setores conservadores romanos.”Melo(2008, p.225)



Resposta N°2 (letra d):



Paulatina - Feito aos poucos; lento
pt.wiktionary.org/wiki/paulatino

Indumentária – Roupa, também chamada de vestuário ou indumentária, é qualquer objeto usado para cobrir certas partes do corpo. Roupas são usadas por vários motivos. Roupas são usadas por questões sociais, culturais, ou por necessidade. ...

pt.wikipedia.org/wiki/Indumentária

Agrimensura – Agrimensura é uma ciência muito antiga , associada a astrometria, que tinha por objetivo projetar na superfície terrestre as e assim demarcar ...
pt.wikipedia.org/wiki/Agrimensura

Improcedentes – improcedente - adj. No conforme a derecho. Inadecuado. ... Ver definición
www.definicion.org/diccionario/82

Albergar – (dar posada) gastigi

(tener (expectativa, esperanza, creencia, duda)) havi

albergar la esperanza de que ... esperi ke ... ...
luisguillermo.com/diccionario/a.htm

Anfiteatro – Anfiteatros são arenas ovais ou circulares rodeadas de degraus a céu aberto. Na Roma Antiga foram adaptados dos teatros gregos para servirem aos ...
pt.wikipedia.org/wiki/Anfiteatro

[do gr. anphi= metade + theatron= teatro] - 1. Meio teatro, teatro de dois lados. 2. Antigo edifício oval ou circular, com arquibancadas, com uma ...
www.espirito.org.br/portal/doutrina/vocabulario/letra-a.html

Epicurista – Epicurismo é o sistema filosófico ensinado por Epicuro de Samos, filósofo ateniense do século IV a.C., e seguído depois por outros filósofos ...
pt.wikipedia.org/wiki/Epicurista

Estóica – Estóico - O estoicismo é uma doutrina filosófica que afirma que todo o universo é corpóreo e governado por um Logos divino (noção que os estóicos tomam de Heráclito e desenvolvem). A alma está identificada com este princípio divino, como parte de um todo ao qual pertence. ...
pt.wikipedia.org/wiki/Estóico

estoico - relativo ao estoicismo, doutrina filosófica criada por Zenão de Citium (334-262 a.C., aprox.) que prega o despreendimento e a impassibilidade ...
pt.wiktionary.org/wiki/estoico

Mecenas – Mecenas (Caius Maecenas) foi um cidadão romano da época imperial. Foi um grande político, estadista e patrono das letras. ...
pt.wikipedia.org/wiki/Mecenas

Eloqüência – capacidade de falar e exprimir-se com facilidade; capacidade de persuadir através da palavra; arte do bem falar; retórica, facúndia; expressividade; virtude de comunicação
pt.wiktionary.org/wiki/eloqu%C3%AAncia

Notoriedade – Notoriedade, no conceito enciclopédico, é o termo designado à consciência de selecionar aquilo que deve ser publicado (e aquilo que não deve ...
pt.wikipedia.org/wiki/Notoriedade



Fonte da internet:

http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=define



Resposta N°2 (letra e):





Os principais são Mara Rodrigues Vieira e Anibal Ponce. Mas há outros que também são citados como Nicola Abbagnano, Aldo Visalberghi, Roger Gal, Anne-Marie Guillemin, Henri-Irénée Marrou, Maria Helena Rocha Pereira, Marco Catón Plutarco, Emilio Redondo e Javier Laspalas.



Resposta N°3:



Resumo do texto Estado Romano e Instituições Escolares

Durante o governo do Estado Romano ocorreu uma evolução no sistema educacional, que de princípio era apenas responsabilidade da família, e logo depois, após sucessivos acontecimentos, passou a ser também encargo do estado.


Na fase republicana (509 a 27 a.C) a educação familiar romana pode ser caracterizada por princípios básicos do respeito e assimilação dos costumes ancestrais. Era de responsabilidade da mãe a educação de seus filhos até os sete anos, que englobava os aspectos biológicos, intelectual e moral. A partir de então o pai se encarregava da educação dos meninos. As meninas continuavam a aprender afazeres domésticos com a mãe.

Em famílias pobres os filhos eram preparados para o trabalho, o contrário acontecia nas famílias ricas onde os filhos recebiam vários ensinamentos. Após dedicar-se ao tirocinium fori (aprendizagem da vida pública) o jovem poderia iniciar-se ao serviço militar. Nessa fase ele recebia ensinamentos com um ancião notável, recomendado pela família.

Já na educação militar o jovem prestava serviço como soldado, depois como oficial do Estado Maior, e finalmente recebia assessoramento onde deveria seguir um alto personagem, ou seu pai, a quem deveria prestar respeito e veneração.

Com a influência da Paidéia grega, a educação escolar ganhou espaço, primeiramente em Roma, com caráter particular. Esta educação era composta pelo nível elementar (7 a 12 anos), os setores dominantes eram privilegiados pelo saber da escola média (11 e 16 anos) e superior, tendo o mestre elementar, o gramático e o retórico como educadores profissionais.

No Império de Augusto (23 a.C a 14 d.C) os colégios juvenis tinham objetivos militares com atividades desportivas.

No governo de Caracala (188-218) que concedeu imunidade fiscal aos educadores e depois, para estudantes, logo percebeu a situação de abuso e teve que fazer um controle rígido através do regulamento de 370.

Houve uma significativa criação de escolas pelos imperadores, inicialmente com interesses particulares, logo depois no Baixo Império, Juliano (332-363) com o objetivo de evitar que os cristãos assumissem o ensino do Império, responsabilizou seu governo pelo controle educacional, com a seleção de professores, fazendo intervenções oficiais e regulares. Assim a educação começou a ser de responsabilidade do Estado.

Ad2 de Educação Infantil 1 - 2° semestre de 2009

QUESTÕES






Questão 1: ( valor um ponto- 1,0)





O texto “Indícios utilizados por educadores para avaliar o processo de inserção de bebês em uma creche”, de Caroline Francisca Eltink, apresenta e discute alguns dos resultados de uma pesquisa, que teve como um dos objetivos, conhecer melhor os indícios utilizados por educadores para avaliar o processo de inserção de bebês menores de dois anos na creche.

Escreva um comentário sobre a afirmativa da autora, apresentada abaixo, considerando o conceito de adaptação discutido por ela no texto.



“O processo de adaptação é dinâmico e complexo, envolvendo vários processos inter-relacionados dinamicamente: o da criança, o da mãe, o da educadora, o da creche, o do grupo no qual a criança está inserida, o da família, dentre outros”.





Questão 2: ( valor um ponto- 1,0)





Léa Tiriba em seu texto “Educação e vivência do espaço: diálogos entre a arquitetura e a pedagogia” discute a organização do espaço e o modo de funcionamento das creches e pré-escolas. Comenta que a situação de emparedamento dos espaços promove um desrespeito aos desejos do corpo, o que se acentua em outros níveis de ensino.

A autora aponta uma forma de trabalho focado na questão do espaço da Educação Infantil baseando-se nas três ecologias de Guattari (1990), na contramão das ideias hegemônicas da modernidade, que separam o corpo e mente, emoção e razão.

Comente a proposta de trabalho apresentada pela autora, tendo como referência as três ecologias de Guattari (1990).





Questão 3: ( valor um ponto- 1,0)



Do texto “Culturas infantis, tensões e negociações entre adultos e crianças numa creche domiciliar”, de Ana Cristina Coll Delgado, escolha e copie um trecho que você julgue como a idéia mais importante da autora (indicando a página) e faça um comentário articulado ao texto que justifique a sua escolha.















Questão 4: ( valor um ponto- 1,0)

Daniela Guimarães no texto “Entre a instrução e o diálogo: a construção da identidade educacional das creches” apresenta as tendências que foram se constituindo historicamente no que diz respeito ao atendimento de crianças em creches.


Disserte sobre as bases dessas tendências dando enfoque as correntes de pensamentos que as constituíram.







Questão 5: ( valor um ponto- 1,0)



Na questão anterior você apontou como foi sendo construída a identidade das creches ao longo de décadas. Agora, explique a proposta apontada pela autora para romper com a lógica dessas tendências dominantes.

Resposta das Questões da Ad2 de Educação Infantil




Questão 1:

O processo de adaptação envolve diferentes momentos e personagens. A criança pequena, principalmente, menor de 2 anos que até então estava acostumada com a sua primeira comunidade, ou seja, a família passa a encarar novas rotinas, novos desafios e a interagir com outras pessoas.

Esse processo é dinâmico, pois através da interação tanto a criança como a família, os funcionários da creche passam por situações que promovem o desenvolvimento do grupo. Além disso, envolve os processos internos e externos de cada um. É também um processo complexo, porquê além de promover o desenvolvimento, acontece momentos de sofrimento nas pessoas envolvidas.

Complexo porque o indivíduo é diferente e cada criança reage de uma maneira diferente exigindo criatividade, imaginação e paciência por parte dos funcionários da creche que precisam estar em constante formação.



Questão 2:

A proposta de trabalho apresentada por Léa Tiriba foca a ampliação de espaços e os tempos para as crianças se movimentarem livremente tendo contato com o meio ambiente podendo relaxar, meditar, melhorar a respiração e alimentação, postura, etc.

De acordo com a autora, deve-se criar espaços e rotinas que favoreçam os sentimentos de amizade, companheirismo e solidariedade, sendo aprendidos e exercitados no cotidiano. Criar meios para que a construção dos saberes aconteça de forma natural, prática e prazerosa.

Assim as três ecologias estarão sendo contempladas de forma que crianças e outras pessoas envolvidas no processo se desenvolvam de forma agradável e consciente, ou seja, aprender a “cuidar de mim”, “cuidar de nós” e “cuidar da Terra”.



Questão 3:

“Nas observações do cotidiano percebi o movimento das crianças e suas maneiras de interagir de forma lúdica, quase sempre por intermédio de brincadeiras e jogos de faz-de-conta. As brincadeiras não envolvem necessariamente as imitações e o desempenho de papéis como mãe, pai, filho ou tomadora de conta, como os jogos de faz-de-conta que refletem as interpretações das crianças sobre situações vividas no cotidiano (Corsaro, 2002). De qualquer forma, tanto as brincadeiras quanto os jogos de faz-de-conta traduzem algo específico dos grupos infantis, que é o ato de brincar. De acordo com Sarmento (2002), o brincar e o brinquedo são fatores fundamentais na recriação do mundo e na produção das fantasias infantis.”( ANA CRISTINA DELGADO, p.90, 2006).





Acredita-se que a criança através da brincadeira se desenvolve, aprende, interage e reproduz. No ato de brincar ela envolve o real e o imaginário e assim assimila regras, compreende o que acontece a sua volta e constrói relações com o meio interagindo sobre ele.

As brincadeiras ajudam a desenvolver a linguagem conseqüentemente estimulando o pensamento propiciando o desenvolvimento cognitivo.

Outras atividades como as historinhas e músicas, além de serem momentos prazerosos podem desenvolver o desenvolvimento cerebral e possibilitam a estimulação da imaginação.



Questão 4:

Atendimento de crianças em creches: Tendência Assistencialista.



No Brasil, as creches surgiram em meados do século XIX com um atendimento voltado para o fornecimento de abrigo, alimentação e algum atendimento em higiene e saúde, ou seja, um assistencialismo voltado para os cuidados básicos.

Devido às necessidades da população, o número de creches aumentou significativamente e hoje ainda há muitas instituições que só contemplam o atendimento assistencialista, e deixam de lado a parte pedagógica.

No modelo assistencialista, ou também conhecido como paternalista, o atendimento deveria compensar aquilo que faltava à criança, com base em iniciativas médicas, sanitaristas e filantrópicas, focando os cuidados básicos como proteção e prevenção.

Nesta visão a criança é vista como ser “que ainda não é”, formando-se a partir de ações dos adultos sobre ela.


Deve-se então mudar a visão sobre a criança e oferecer um atendimento “a partir dela” e não somente focado “para ela”. Respeitar sua diversidade e individualidade, estimular sua criatividade e imaginação, e vê-la como ser capaz de pensar e criar. Considerar o cuidado e educação como pilares intrinsecamente ligados na atenção à criança da creche. É um grande desafio, mas para alcançar essa integração das ações de cuidado e educação, será preciso um grande debate na população sobre as reais necessidades que possibilitem o desenvolvimento integral da criança.



Questão 5:

Segundo Daniela Guimarães, para romper com a lógica da tendência assistencialista é preciso conscientizar e resignificar o papel do educador, e considerar que sua atuação envolve presença atenta, disponibilidade, escuta, e o que se chama de sutileza.

Na creche, o “ato de cuidar” não deverá ser abolido, mas sim repensado. Ou seja, através da formação do educador poderá ser desenvolvido e aprendido aspectos físicos, emocionais, cognitivos e sociais.

Segundo a autora é preciso dar espaço à brincadeira, a afetividade e a constituição da expressividade. Ou seja, criar momentos em que estimule a autonomia da criança, a responsabilidade, à participação ativa, a interação com o grupo. Nesta fase, é a identidade da criança que está se formando e as atividades diárias são participantes deste processo, pois muito da cultura do grupo é transmitida nesses momentos.

Para Guimarães, a educação do bebê e da criança deve envolver a formação da identidade, a constituição do “eu” no contato com o social. Então para isso, deve-se despertar no educador a valorização das interações de natureza mais comunicativa, o contato físico, afetivo, o olhar diferenciado para a atividade pedagógica, a atividade recreativa e o contato lúdico.

Ad1 de Educação Infantil 1 - 2° semestre de 2009

QUESTÕES




Questão 1: Valor : 2,0 pontos



No texto “Infâncias e crianças: O que nós adultos sabemos sobre elas?” (Delgado, 2003), a autora traz o estudo das concepções de infância ao longo dos tempos, bem como propõe o rompimento das representações hegemônicas que desconsideram o que as crianças têm em comum e o que as distinguem uma das outras.

Tendo como referência o texto da autora, escreva esta trajetória e os referenciais de análise que justificam o lugar que as crianças ocupam na sociedade.





Questão 2: Valor : 2,0 pontos



A concepção de infância vem nos últimos anos se modificando e promovendo um olhar diferenciado para esta fase da vida, principalmente no contexto educacional. Esse novo olhar se deve as novas formas de compreender a criança em suas relações com o mundo e com os sujeitos a sua volta.

Tendo o texto de Ana Cristina Delgado (“Infâncias e crianças: O que nós adultos sabemos sobre elas”), o texto de Kuhlmann Jr. (“História da educação infantil brasileira”) e o texto de Sônia Kramer (“A infância e sua singularidade”) como referências, descreva os principais processos que levaram a esta mudança de concepção da infância, explicitando esta atual concepção.





Questão 3: Valor : 2,0 pontos



O texto de Ana Cristina C. Delgado escrito em 2003, “Infâncias e crianças: O que nós adultos sabemos sobre elas” e os artigos de Tania M.C. Nhary, intitulados “Memórias do brincar: (re)significação de práticas pedagógicas lúdicas” e “O jogo como prática pedagógica para professores em formação” dos anos de 2008 e 2007, respectivamente, provocam uma auto-avaliação sobre as experiências da nossa própria infância. O primeiro apontando os diferentes contextos vividos nesta fase da vida e as marcas deixadas, enquanto o segundo, mais focado numa proposta de resgate das memórias lúdicas da infância, destaca as experiências do corpo em atividades de jogos e brincadeiras infantis. Tais trabalhos possibilitam uma reflexão sobre nossas ações enquanto docentes. Diante disso, faça um comentário descrevendo suas reflexões a respeito das temáticas tratadas nos textos, fazendo uma relação direta aos seus atuais e/ou futuros fazeres docentes.



Questão 4: Valor : 2,0 pontos



Moysés Kulmann Jr. escreveu o texto “História da educação infantil brasileira”, à ocasião em que se comemoravam os “500 anos de descobrimento do Brasil”, que nos permite uma compreensão histórica das concepções de infância em nosso país. Com base neste texto, e sem a intenção de apontar uma linearidade, descreva este conjunto de acontecimentos, concepções, idéias e, sobretudo embates que envolveram diferentes contextos sócio-histórico-culturais e que perpassaram a educação da infância brasileira.
Respostas das questões da Ad1 de Educação Infantil




Resposta N°1:

Com base nos estudos feitos por Delgado (2003), podemos concluir que várias concepções de infância se formaram ao longo da história da humanidade. As crianças sempre existiram, e foram vistas de diversas maneiras. Na antiguidade eram consideradas seres inferiores e dependentes. Alguns registros demonstram que na Idade Média elas eram consideradas “adultos em miniatura”. A partir da formação das cidades, dos estados nacionais, inicia-se uma distinção das crianças em relação aos adultos, e sua educação se torna de responsabilidade de suas mães e mestres. Naquela época já existia uma diferença em ser uma criança de família camponesa ou de uma família burguesa, revelava-se aí as diferenças sociais.

Devido à situação de abandono das crianças nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, nos séculos XIX e XX, houve uma preocupação com a necessidade de instrução e ampliação da escola de massas para atendimento desta clientela. Começa a surgir o sentimento de infância, mas o seu processo de valorização pela sociedade será uma etapa longa.

Em relação ao lugar que as crianças ocupam na sociedade percebemos que com o passar dos tempos houve uma diferenciação das crianças em relação ao dado biológico, mas na realidade elas vivem de diversas maneiras em relação às condições sociais, culturais e econômicas, onde em sua grande maioria, não há respeito a sua infância. Exemplos disso são questões como classe, raça, gênero e subordinações de idade.

O que acontece também, é que a visão que se tem sobre a infância e sobre as crianças é sempre construída por adultos, sobre elas e não a partir delas. E isso acaba desconsiderando que elas são diferentes de acordo com as transformações da sociedade em diversos tempos e espaços. Ou seja, para reconhecer seu lugar na sociedade, é necessário considerar as condições sociais em que as crianças vivem, as pessoas com que elas interagem e o sentido de suas produções.

Assim estaremos desfazendo nossas visões estereotipadas do que é a infância e do que é ser criança, ou seja, elas são diferentes uma das outras em relação às formas de socialização, no tempo de escolarização, nos trabalhos, nos tipos de brincadeiras, nos gostos, nas vestimentas, etc. Elas são seres únicos em seu modo de ser e estar no mundo.



Resposta N°2:

Dentre os principais processos que levaram a mudança de concepção da infância podemos descrever as contribuições da história e da sociologia da infância onde ocorreu um longo processo histórico até a sociedade valorizar a infância (Delgado.,2003).

As crianças, até então, eram tratadas como adultos sem um tratamento diferenciado, passou várias etapas históricas até se ter um reconhecimento da infância e a surgir a preocupação da necessidade de atendimento e que respeitasse suas peculiaridades.

De acordo com Kuhlmann (2000), no Brasil, no período de 1900, houve várias transformações na educação infantil. Durante o regime militar que inicia esta fase com marcos de consolidações, principalmente na Constituição de 1988 e logo após na Lei de Diretrizes e Bases de 1996. Ou seja, começa a haver um reconhecimento da necessidade de creches e pré-escolas para atender crianças de 0 a 6 anos. Nesse período, a preocupação que se tinha no atendimento às crianças era totalmente paternalista, com uma visão assistencialista.

É claro, que os estudos de vários pensadores, como Froebel, em diversas partes do mundo, também contribuíram e influenciaram ações e formas de pensar que mudassem a visão de educação na infância.

Já com base em Kramer (2000/2003) podemos destacar que ao longo do século XX, houve um crescimento no esforço pelo conhecimento da criança, em vários campos do conhecimento. E a noção de infância surge com a sociedade capitalista, urbano-industrial, onde estava havendo uma mudança na inserção e no papel social da criança na sua comunidade.

No contexto histórico e social da modernidade, com a redução dos índices de mortalidade infantil, o avanço da ciência, mudanças econômicas e sociais a idéia de infância foi ganhando espaço para discussão.

Acredita-se que o fator que influenciou esta mudança de concepção da infância foi a mudança no modo de ver a criança, ou seja, suas necessidades e suas possibilidades. Ela que é um ser dinâmico começa a ser vista como ativa e não mais passiva; como criança com diversas fases de desenvolvimento e não como um adulto em miniatura.

Nas sociedades desiguais elas atuam de diferentes formas e desempenham diversos papéis. Hoje, é possível reconhecer o que é específico da infância: seu poder de imaginação, a fantasia, a criação, a brincadeira entendida como experiência de cultura (Kramer., 2000/2003).

Os estudos apontam eixos que orientam outra maneira de ver a crianças: Elas fazem história a partir dos restos da história; Atuam sobre os objetos e os libertam de sua obrigação de serem úteis; Percebem a realidade de outra maneira; E fazem parte do grupo do qual suas brincadeiras expressam esse pertencimento.



Resposta N°3:

Para nós, educadores, é importantíssimo conceber a infância das crianças como fase de construção histórica, reconhecendo as diferenças que existem entre elas em relação aos aspectos culturais, sociais, biológicos, econômicos e sociais.


Partindo das considerações da própria infância de cada educador é possível compreender as atitudes e comportamentos que as crianças podem demonstrar. Fazer isso significa demonstrar um sentimento de respeito e reflexão constante de como agir e que olhar ter frente as crianças desta nova geração, como também, os significados que atribuímos a elas.

Quando há esse olhar diferenciado para a infância, há um reconhecimento do valor das brincadeiras, do real significado dos jogos, da importância das diversas interações e do papel do lúdico para a formação humana.

O educador deve adotar propostas que possam democratizar, humanizar e diversificar sua prática pedagógica, fazendo um trabalho que incorpore as dimensões afetivas, cognitivas e socioculturais dos alunos em diversas atividades.

Mas o grande desafio para os educadores continua sendo o de mudar a visão preconceituosa, dentro das instituições, tanto a sua como a de seus companheiros, de que os jogos são momentos isolados de brincadeira. O ato de jogar envolve alegria e tensão, mas também envolve ordem, desordem, interações e reorganizações (Edgar Morim, 1996 apud Nhary, 2008), ou seja, como ocorre nos processos de aprendizagem é necessário haver momentos de equilíbrio e desequilíbrio, para acontecer a assimilação e acomodação, assim ocorre a aprendizagem.

É papel do educador consciente, levar para a comunidade escolar a função significativa dos jogos e criar em sua prática momentos prazerosos de ensino-aprendizagem onde o jogo, a brincadeira, o lúdico terão papel crucial que envolverá emoções, valores, subjetividade e comportamentos imbricados no próprio processo formativo, contribuindo assim para o desenvolvimento afetivo, cognitivo, psicomotor, social e cultural da criança na escola. E para isso, é preciso por parte dos educadores constante crítica e reflexão em relação ao seu uso.



Resposta N°4:

Moysés Kulmann Jr.(2000) aponta um conjunto de acontecimentos, concepções, idéias e, sobretudo embates que envolveram diferentes contextos sócio-histórico-culturais e que perpassaram a educação da infância brasileira. Dentre eles descreverei os principais logo abaixo.

No período de 1900, a educação infantil brasileira vive intensas transformações. E durante o regime militar ocorrem as definições da Constituição de 1988 e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996. A legislação nacional passa a reconhecer que as creches e pré-escolas, para crianças de 0 a 6 anos, são parte do sistema educacional, primeira etapa da educação básica.

A partir de então, ocorreram algumas ações, em grupos ou isolados, em relação à educação infantil no país. No estado de São Paulo, a Secretaria Municipal de Educação, Guiomar Namo de Mello, publicou um número especial da revista Escola Municipal a carta que anunciava a “vontade política de construir uma pré-escola pública, gratuita e comprometida com as necessidades das crianças das classes populares, contexto deste novo momento político e econômico.

Ainda no período do Império, no jornal do médico Carlos Costa, A Mãi de Familia, e também referida no processo de criação da Associação Protetora da Infância Desamparada. Depois, no período da República, criam-se as primeiras instituições, chegando a contar ao menos 15 creches, em 1921, e 47, em 1924, distribuídas por várias capitais e algumas cidades do país.

No Brasil, vive-se nesse período o deslocamento da influência européia para os EUA, fenômeno que encontra expressão marcante na criação do Dia da Criança, no 3° Congresso Americano da Criança, realizado no Rio de Janeiro em 1922, juntamente com o 1° Congresso Brasileiro de Proteção à Infância. Associava-se a data da descoberta do Novo Mundo com a infância, que deveria ser educada segundo o espírito americano.

A educação assistencialista promovia uma pedagogia da submissão, que pretendia preparar os pobres para aceitar a exploração social. O Estado não deveria gerir diretamente as instituições, repassando recursos para as entidades.

Nas décadas de 1970, as instituições de educação infantil viveram um lento processo de expansão, parte ligada aos sistemas de educação, atendendo crianças de 4 a 6 anos, e parte vinculada aos órgãos de saúde e de assistência, com um contato indireto com a área educacional.

No estado de São Paulo, desde dezembro de 1920, a legislação previa a instalação de Escolas Maternais, com a finalidade de prestar cuidados aos filhos de operários, preferencialmente junto às fábricas que oferecessem locais e alimento para as crianças.

No nível federal, a Inspetoria de Higiene Infantil, criada em dezembro de 1923, é substituída em 1934 pela Diretoria de Proteção à Maternidade e à Infância, criada na Conferência Nacional de Proteção à Infância, em 1933.

Em 1940, cria-se o Departamento Nacional da Criança (DNCr), em todas essas fases dirigido por Olinto de Oliveira. Entre outras atividades o DNCr encarregou-se de estabelecer normas para o funcionamento das creches, promovendo a publicação de livros e artigos.

Em Porto Alegre, na década de 1940 há a criação dos jardins-de-infância, inspirados em Froebel e localizados em praças públicas, para atendimento de crianças de 4 a 6 anos, em meio turno.

Em 1942, o DNCr projeta uma instituição que reuniria todos os estabelecimentos em um só: a Casa da Criança. Em um grande prédio seriam agrupados a creche, a escola maternal, o jardim-de-infância, a escola primária, o parque infantil, o posto de puericultura e, possivelmente, um abrigo provisório para menores abandonados, além de um clube agrícola, para o ensino do uso da terra.


Em 1967, o Plano de Assistência ao Pré-Escolar, do Departamento Nacional da Criança (DNCr) indica as igrejas de diferentes denominações para a implantação dos Centros de Recreação, propostos como programa de emergência para atender as crianças de 2 a 6 anos.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) promoveu, em 1965, a Conferência Latino-Americana sobre a Infância e a Juventude no Desenvolvimento Nacional. O Ministério da Educação passa a se ocupar da educação pré-escolar, que se torna ponto de destaque no II e no III Plano Setoriais de Educação e Cultura (PSEC)

A ampliação do trabalho feminino nos setores médios leva também a classe média a procurar instituições educacionais para seus filhos; o programa dos Centros de Convivência Infantil, para atender os filhos de servidores públicos no estado de São Paulo, em várias secretarias; a conquista de creches em universidades públicas; a reivindicação em alguns sindicatos operários e do setor de serviços, como bancários, jornalistas, professores, foram alguns exemplos do reconhecimento das instituições de educação infantil.

Na década de 1990, aparecem formulações sobre a educação infantil que passam a enfatizar a inseparabilidade dos aspectos do cuidado e da educação da criança pequena.

Na Conferência Nacional de Proteção à Infância, realizada no Rio de Janeiro em 1933, Anísio Teixeira enfatizou a importância de a criança pré-escolar ser vista não apenas sob o ângulo da saúde física, pois seu crescimento, seu desenvolvimento e a formação de seus hábitos envolveriam “facetas pedagógicas como habilidades mentais, socialização e importância dos brinquedos.

Em 1957, o Colégio Bennett, elabora uma Escala do Desenvolvimento Físico, Psicológico e Social da Criança Brasileira, inspirada em estudo da professora Helena Antipoff, realizado na Sociedade Pestalozzi, em Belo Horizonte, em 1939, onde descreve comportamentos esperados mês a mês, desde o nascimento aos 8 meses, depois por períodos cada vez mais espaçados, até os 9 anos de idade.

A recreação, marca da trajetória dos parques infantis no município paulistano, foi utilizada para nomear a proposta dos Centros de Recreação, difundida a partir do Plano de Assistência ao Pré-Escolar, do Departamento Nacional da Criança, em 1967. O plano lançava o modelo das instituições de educação infantil de baixo custo, que irão se difundir a partir da década de 1970.

Como podemos observar na história da educação infantil brasileira a compreensão histórica das concepções de infância em nosso país. É um processo que ainda está em construção e que acontece vagarosamente de acordo com os interesses da sociedade e do governo. Muito ainda precisa ocorrer, e essas mudanças devem começar a partir dos próprios educadores que trabalham com esse público alvo. Reconhecer e analisar as transformações que precisam ocorrer é um bom começo com atitudes críticas e reflexivas.

Ad2 de Políticas Públicas - 2° semestre de 2009

1ª. Questão:




Tanto o Prof. Sérgio Vaz Alkmim, no texto intitulado “O que é política?”, como o Prof. Adalberto Paranhos, em seu artigo “Política e Cotidiano: as mil e uma faces do poder”, objetivam esclarecer que o termo política não pode, e não deve, ser entendida como algo que encontra-se distante de nós, vinculada apenas ao espaço dos partidos e dos parlamentares, e propagada pejorativa e intencionalmente como atividade relacionada, como afirma Paranhos, “a todo um repertório de golpes baixos (…) como algo que sugere práticas desonestas”. Ambos os autores, demonstram que a política, diferentemente do que tentam incutir na sociedade através do que Gramsci denomina de senso comum, é uma atividade presente nos mais diferentes aspectos da vida de cada um de nós.



Responda:



a)Você se vê envolvido na cotidianidade da política? Justifique sua resposta com um texto dissertativo que tenha no mínimo 8 (oito) linhas e no máximo 10 (dez) linhas. (1,0 ponto)



b) O Prof. Paranhos apresenta em seu texto a seguinte indagação: “a quem interessa, no fundo, a permanência dessa aura de descrédito que cerca o conceito de política, numa palavra, o aviltamento do seu significado?”. Responda a questão exposta pelo autor através de um texto dissertativo que tenha no mínimo 8 (oito) linhas e no máximo 10 (dez) linhas. (1,0 ponto)



c)O Prof. Paranhos aprofunda a análise do significado da política inicialmente apresentando um breve histórico da denominada Ciência Política e, em seguida, exibe como os estudos apresentados no início do século XX pelo sociólogo alemão Max Weber nortearam o entendimento de que a política, exercida em que nível for, envolve relações de poder. Esclareça, através de um texto dissertativo que tenha no mínimo 8 (oito) linhas e no máximo 10 (dez) linhas, de que forma se concretizam os vínculos entre política e poder. (1,0 ponto)

2ª. Questão:




Ao discorrer sobre ideologia, o Prof. Vitor Marinho de Oliveira, parte do surgimento do termo – ideologia –, ocorrido na França poucos anos após a classe burguesa alcançar o poder por meio da revolução de 1789. Em seguida, o autor expõe a trajetória temporal de entendimento da expressão – e a superação de seu significado inicial – apresentado por diferentes estudiosos até os dias atuais. De acordo com o texto, conquanto Marx, durante suas distintas fases de evolução intelectual, tenha produzido avanços em relação a concepção inicial de ideologia, a compreensão da expressão permaneceu, nas palavras do Prof. Vitor Marinho de Oliveira “significativamente vinculada às classes dominantes, mantendo suas características de negatividade, na medida em que o seu papel seria o de mascarar a realidade social”.



Responda:



a)De acordo com o autor, a primeira superação da concepção de Marx se apresenta através dos estudos de Vladimir Lenine. De que forma se efetiva esta superação? (1,0 ponto)







3ª. Questão:



Com base nos textos “Ideologia: atualizando a reflexão” e “Poder e Comunicação – Um breve debate sobre a questão do poder nos meios de comunicação de massa”, responda:



a)Porque o filósofo italiano Antonio Gramsci é considerado como o estudioso que mais ampliou o conceito de ideologia? (1,0 ponto)



b)Qual a relação, na perspectiva de Gramsci, entre ideologia, hegemonia e o papel dos intelectuais na disputa pelo poder político? (1,0 ponto)



c)Qual a função da concepção desenvolvida pelo filósofo francês Louis Althusser dos Aparelhos Ideológicos do Estado (AIEs)? (1,0 ponto)



d)Qual a relação que se vislumbra entre o poder simbólico, concepção

a)elaborada pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, e a ideologia e de que modo estas categorias são utilizadas para manutenção da hegemonia dos segmentos dominantes? (1,0 ponto)




b)Considerando o estudo e as fundamentações apresentadas por Carolina Dantas de Figueiredo, que papel os meios de comunicação de massa, principalmente a denominada “grande imprensa” – aí incluídos os telejornais e o jornalismo radiofônico – estão desempenhando hoje no Brasil? Descreva de forma detalhada as características deste papel vinculando-as às fundamentações da autora. (2,0 pontos)

Políticas Públicas - Tópicos importantes para Ap2 - 2° semestre de 2009

RESUMO POLÍTICAS PÚBLICAS

RESUMO DO TEXTO: MARQUES DA SILVA, L. E. OS ARTIGOS INCLUÍDOS OU MODIFICADOS NA LDB APÓS SUA PROMULGAÇÃO - ANÁLISES PONTUAIS.

MUDANÇAS NA LDB

1)AMPLIAÇÃO DOS ANOS DE ESCOLARIDADE DOS ANOS LETIVOS MODIFICAÇÃO DOS DEMAIS ARTIGOS REFERENTES À IDADE, COMO A OBRIGATORIEDADE DOS PAIS EM MATRICULAREM SEUS FILHOS A PARTIR DOS 6 ANOS DE IDADE.

JUSTIFICATIVA: INCLUSÃO DA ALFABETIZAÇÃO PARA CONTABILIDADE NO FUNDEF NO ENS FUNDAMENTAL E PELO ANCEIO DA SOCIEDADE, POIS ANTERIORMENTE À LEI JÁ HAVIA MATRÍCULAS DE CRIANÇAS DE 6 ANOS.

2)OFERTA DE TRANSPORTE ESCOLAR PARA MUNICIPIOS E ESTADOS JUSTIFICATIVA: PARA CUMPRIR O DISPOSITIVO QUE DIZ QUE TODOS TERÃO ACESSO À EDUCAÇÃO

3)OBRIGATORIEDADE DA NOTIFICAÇÃO AO CONSELHO TUTELAR DA FREQUÊNCIA DO ALUNO ABAIXO DE 50%

4)JUSTIFICATIVA: DISPOSITIVO QUE DIZ QUE É DEVER DA FAMÍLIA ASSEGURAR A FREQUENCIA DO ALUNO

5)INSERIDA A CATEGORIA DE COOPERATIVA DE PAIS PARA MANUTENÇÃO DE ESCOLAS COMUNITÁRIAS

6)VÁRIAS ALTERAÇÕES NO CURRÍCULO FUNDAMENTAL E MÉDIO:

ED. FÍSICA – COMPONENTE OBRIGATÓRIO, CONTUDO FACULTATIVO A UM SEGMENTO DE ALUNOS EM DETERMINADAS SITUAÇÕES.

INCLUSÃO DA DISCIPLINA DE MÚSICA, POR TRAZER ELEMENTOS DAS MATEMÁTICAS

INCLUSÃO DA HISTÓRIA E DA CULTURA AFRO, PARA A VALORIZAÇÃO DA CULTURA E HISTÓRIA BRASILEIRA

7)INCLUSÃO DO ENS. RELIGIOSO DE CARATER ECUMÊNICO, DE OFERTA OBRIGÁTORIA NO HORÁRIO ESCOLAR, SENDO COMPETÊNCIA DO SISTEMA EDUCACIONAL A ADMISSÃO E HABILITAÇÃO DE PROFESSORES, CONTUDO FACULTATIVO AO ALUNO.

8)INCLUSÃO DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NO CURRÍCULO DO ENS. MÉDIO. REINVINDICAÇÃO DOS DOCENTES QUE RETORNASSE TAIS DISCIPLINAS PARA A DEMOCRATIZAÇÃO DA SOCIEDADE.

9)NO ENS. MÉDIO PODERÁ OFERECER O ENSINO PROFISSIONALIZANTE, DESDE QUE PRESERVADO A FORMAÇÃO GERAL DO ALUNO.

10)MUDANÇA NA REGULAMENTAÇÃO DOS CURSOS SEQUENCIAS DE ED. SUPERIOR. ANTERIORMENTE NÃO EXIGIA CURSO MÉDIO PARA INGRESSO EM DETERMINADOS CURSOS. ATUALMENTE É OBRIGATÓRIO.

11)DEFINIÇÃO DE CRITÉRIOS PARA A VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO:

DEFINE QUE PARA OCUPAR AS FUNÇÕES DE MAGISTÉRIO A DOCÊNCIA POR 02 ANOS.

INSTITUIÇÃO DO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA NO CALENDÁRIO ESCOLAR (PRESERVANDO A MEMÓRIA E A HISTÓRIA DO PAÍS)

FATORES QUE PROPICIAM A EXCLUSÃO ESCOLAR AULA 11

RESUMO DO TEXTO:
DO VALLE, BERTHA. DESAFIOS POLÍTICOS DA ESCOLA BÁSICA.


Há 3 grupos de fatores responsáveis

ORIUNDO DO SISTEMA EDUCACONAL:

*INSUFICIÊNCIA DE VAGAS

*FALTA E PRECARIEDADE DE RECURSOS

*MÁ DISTRIBUIÇÃO DE UNIDADES ESCOLARES

ORIUNDOS DA ESCOLA:

*Não valorização da participação da comunidade no ambiente escolar

* Estrutura física precária e inadequada

ORIUNDOS DO AMBIENTE SOCIAL:

*CONDIÇÕES SOCIO-ECONÔMICAS

* DESIGUALDADE SOCIAL

*Fatores que propiciam a exclusão escolar:

- Inexistência, inadequação, a não utilização dos recursos audiovisuais, livro didático sendo o único material disponível ao professor.

- O ambiente escolar desfavorável, com prédios sujos e sem manutenção, falta de mobiliário adequado à idade dos alunos, banheiros mal cuidados e a carência de material escolar.

- Os planejamentos curriculares, expressos nos planos de aula desenvolvidos pelos professores com seus alunos, são fragmentados e não estabelecem relações entre os diferentes campos do conhecimento.

- A renda familiar baixa, famílias numerosas, mudanças constantes no endereço, condições de moradia, desnutrição, saúde precária, necessidade de assumir tarefas domésticas e o ingresso precoce da criança no mundo do trabalho.

- Estrutura administrativa mal articulada, a crescente desvalorização do magistério, o aviltamento salarial do professor, inexistência de formação continuada dos profissionais.

- Políticas socioeducativas e o nível de expectativa da escola em relação ao aluno. As deficiências do sistema escolar brasileiro, com uma jornada escolar diária reduzida, falta de recursos materiais e humanos, incompatibilidade entre a vida da escola e do aluno.

AÇÕES AFIRMATIVAS: AULA 12

RESUMO DO TEXTO:
DO VALLE, BERTHA. AS POLITICAS DE AÇÃO AFIRMATIVA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA.


CONJUNTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E PRIVADAS DE COMBATE À EXCLUSÃO

ASPECTOS LEGAIS: AULA 12

TODAS AS AÇÕES ASSEGURADAS NA LDB, ECA, DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, CONSTITUIÇÃO.

- conceito de ação afirmativa: é o conjunto de políticas públicas e privadas de combate a todas as formas de discriminação: deficiências, físicas e mentais, de raça, de gênero, de origem nacional... Medidas propostas no campo das políticas públicas para promover a igualdade entre os cidadãos.

- aspectos legais das Políticas de ação afirmativa:

* artigos da constituição federal: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar as pobrezas e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos.

*ECA – crianças e adolescentes têm direito a proteção, a vida e a saúde mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existências.

*Lei Darcy ribeiro: atendimento da educação especializado gratuito aos educandos com N. E. na rede regular de ensino. E atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de 0 a 6 anos.

*PNE – redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e a permanência, com sucesso, na educação pública.

*Projovem: elevação do grau de escolaridade, conclusão do Ensino Fundamental, à qualificação do professor e ao desenvolvimento de ações comunitárias.

FINANCIAMENTOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA AULA 13

RESUMO DO TEXTO:
DO VALLE, BERTHA. FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA.

DEFINIDA ATRAVÉS DA % DA RENDA TRIBUTÁRIA E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS.

APLICAÇÃO DE 18% DOS TRIBUTOS PELA UNIÃO E 25% PARA OS MUNICIPIOS

FUNDEB



O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) é composto dos recursos oriundos do próprio estado e de seus municípios, e é de natureza contábil, sendo a distribuição de seus recursos automática a cada dez dias.

O Fundef é composto por 15% dos recursos :

Do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal.

Da parcela do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação.

Da parcela do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).



O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) foi criado em 1995. Ele é composto pelo repasse anual de recursos financeiras a escolas públicas do Ensino Fundamental e a instituições do Ensino Especial, mantidas por organizações não-governamentais. Para ser beneficiada as escolas públicas apresentam projetos consistentes que justifiquem o repasse de recursos e que possuam um Conselho Escola-Comunidade.



Origem dos recursos públicos destinados à Educação:

Receita de impostos próprios da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios;



Receita de transferências constitucionais e voluntárias;



Receita do salário – educação e de outras contribuições sociais;



Receita de incentivos fiscais e outros recursos previstos em lei.



A Lei 10.832/03 definiu que a cota estadual e municipal do salário-educação será integralmente redistribuída entre Estados e seus Municípios de forma proporcional ao número de alunos matriculados no Ensino Fundamental nas respectivas redes de ensino, conforme apurado pelo censo escolar educacional realizado pelo Ministério da Educação.



CENÁRIOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES AULA 14

RESUMO DO TEXTO:
DO VALLE, BERTHA. FORMAÇÃO DE PROFESSORES: CENÁRIOS POLÍTICOS.

ESTAGNAÇÃO – FORMAÇÃO TÉCNICA – ESPECIALISTA COORDENAVA A PRÁTICA PEDAGÓGICA

*continuação dos cursos de formação de professores com algumas propostas de modificação, insuficientes para romper com o modelo tradicional. A formação de professores para os anos iniciais da Educação Básica ainda se faz em cursos de Ensino Médio de três ou quatro anos.

*a formação continuada dos professores é descuidada pelas secretarias de educação ou é desenvolvida sob a forma de treinamentos eventuais, que ocorrem sem um planejamento prévio, desvinculada da política educacional e do projeto pedagógico das escolas.

*o professor deste cenário é desanimado pela perda de prestígio social, pela falta de condições de trabalho, pela pouca variedade de recursos materiais a serem utilizados...

TRANSIÇÃO - FORMAÇÃO AUTÔNOMA, CRÍTICA

*vários cursos de formação de professores em nível superior estão em fase de díscurssão e estudo de seus currículos, com vistas à reformulação curricular, incluindo conteúdos mais atualizados com a realidade social das escolas básicas, com maior ênfase na relação teoria-prática, do que no cenário anterior.

*a escola normal de nível médio já há evidências de mudanças a criação dos cursos normais superiores.

*a formação continuada dos professores de 1° a 4° séries se apresenta mais necessária e inúmeros sistemas de ensino estão procurando investir cada vez mais em cursos de atualização, e começa a haver a utilização da educação a distância.

*há preocupação com a integração entre as diferentes esferas administrativas do sistema educacional com projetos comuns de prefeituras... e tentativas de aproximação das instituições de Ensino Superior.

RUPTURA – VALORIZAÇÃO DOS PROJETOS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA CAPAZ DE INTERFERIR NA HISTÓRIA

*período de incontáveis reuniões nas instituições de ensino superior já existentes para reformularem seus cursos de formação de professores e a criação de novos espaços de formação, cursos de formação inicial e continuada a distância.

* a formação continuada do professor passa a fazer parte das políticas públicas de educação com objetivo de atualização com as novas conquistas científicas e tecnológicas.

* a formação de professores revela experiências bem sucedidas em relação às práticas pedagógicas e ao estágio curricular como momentos de pesquisa coletiva que acontecem desde o início do curso. Todas as disciplinas são desenvolvidas por meio de atividades de pesquisa, extensão e docência e são relacionadas entre si, com o currículo pleno em processo constante de busca de conhecimento.

*a formação permanente dos professores é realizada em tempos remunerados de estudo e pesquisa, incluídos nos planos de carreira.

* O cenário de ruptura se caracteriza por apresentar situações novas ou reinventadas, aspectos de inovação e até de oposição aos outros cenários já delineados.

*busca-se a integração entre as diferentes esferas administrativas, com permanente levantamento das demandas sociais. A valorização do magistério é feita por salários condignos, estando os professores entre os profissionais bem remunerados e por projetos de qualificação permanente, desenvolvidos em conjunto pelas secretarias de educação.

Resumo Didática - Aula 1 a 13 - 2° semestre de 2009

RESUMO DIDÁTICA – 2º PERÍODO PEDAGOGIA UNIRIO

RESUMO A PARTIR DA BIBLIOGRAFIA:
SANTOS, ANA LUCIA CARDOSO DOS. DIDÁTICA V. 1/ ANA LÚCIA CARDOSO DOS SANTOS. - 2. ED. RIO DE JANEIRO: FUNDAÇÃO CECIERJ, 2009.

AULA 1: “A inter-relação da Educação com a Pedagogia e a Didática”

OBJETIVOS:

Conceituar Educação, Pedagogia e Didática;

Estabelecer relações entre Educação, Pedagogia e Didática.

A aprendizagem ocorre a partir de vivências diversas, ocasionais ou sistemáticas. Tais vivências sejam elas ocasionais ou sistemáticas fazem parte do processo educacional, que apesar de ser eminentemente social é, ao mesmo tempo, individual.

A Educação do ponto de vista social é a interferência que a sociedade, com o objetivo de se manter e se reproduzir, exerce no desenvolvimento dos indivíduos e dos grupos por meio de um conjunto de estruturas, influências, processos, ações.

Do ponto de vista individual, a Educação é o desenvolvimento da pessoa no que diz respeito às suas características de ser humano, ao seu potencial e à sua participação na sociedade. Isto só é possível no seio de uma sociedade humana. A Educação só existe porque existe sociedade.

A Educação não acontece só na escola, de forma sistemática, com a vivência de situações planejadas, acompanhadas, avaliadas, mas também de forma assistemática, em vários lugares e situações, como em um clube recreativo, na família, através de leitura de jornais, revistas, etc. A troca com o outro sempre implica descoberta de novos pontos de vista, outras experiências, maneiras de pensar diferentes, que vão enriquecendo os indivíduos e efetivando o processo educativo na sociedade.

A Pedagogia é entendida como ciência que se preocupa em dirigir a criança, ou o conjunto de estudos sistemáticos sobre o fenômeno educativo.

A Didática é uma seção ou ramo da Pedagogia e refere-se ao ensino e aos processos próprios para a construção do conhecimento.

AULA 2: “A Didática e a formação dos educadores em diferentes abordagens pedagógicas”


OBJETIVOS:

Reconhecer as características da Didática em suas diferentes abordagens;

Analisar as diferentes tendências pedagógicas visando à fundamentação da própria prática.

Entendendo a Educação no seu sentido mais amplo, podemos dizer que educador são todos os membros de uma sociedade. A Educação é um ato político: um ato que sempre é praticado a favor de alguém, de um grupo, de algumas idéias e, conseqüentemente, contra outro alguém, contra outro grupo e contra outras idéias.

Para entendimento desta aula é necessária a leitura de todo o conteúdo, verificando as contribuições de cada pensador e sua influência nas correntes pedagógicas.

AULA 3: “Caminhos para uma Didática crítica e plural”

OBJETIVOS:

Identificar o sentido de uma Didática crítica e plural em sua prática pedagógica.

As sociedades contemporâneas se transformam mudando as nossas formas de pensar, sentir e trabalhar. Diante de tal constatação, o acesso à informação, ao conhecimento e á qualidade do ensino nas escolas nos desafiam, visto que as respostas, prontas e seguras que tínhamos necessitam hoje ser revisada à luz de um novo homem, de um novo mundo e de uma nova sociedade.

Sabemos que a realidade exerce grande influência na prática didática dos professores, seja em contexto “macro”, externo (histórico, sóciopolítico e cultural), seja em contexto “micro”, interno (cotidiano das escolas, relações e trabalho).

Por outro lado, é também importante compreender o cruzamento de saberes que se dá no cotidiano escolar: o saber docente, os saberes sociais de referência e os saberes já construídos pelos alunos.

Ao propor uma Didática crítica e plural, buscamos possibilitar a reflexão dos alunos-mestres sobre algumas proposições que encaminhamos em seguida, de forma a ajudá-los a enfrentar os desafios da prática pedagógica diante do futuro.

É dever da Educação dar conta das diferenças, seja no âmbito escolar institucional da sala de aula, seja no âmbito mais pulverizado das diferenças individuais.

Assim temos a Cultura da Escola representada por seus ritmos e seus ritos, sua linguagem, seu imaginário, seus modos próprios de regulação e de transgressão, e a Cultura Escolar entendida como conjunto de conteúdos cognitivos e simbólicos e como objeto de transmissão no contexto escolar. Em ambas, comportamentos e valores são constantemente trocados.

O ensino é culturalmente relevante quando as experiências, vivências dos alunos, são utilizadas não só como uma forma de manter sua cultura, mas também como uma forma de se aprender a superar os efeitos negativos da cultura dominante.

Com a velocidade dos avanços tecnológicos e o desenvolvimento da sociedade informatizada das últimas décadas, proliferaram os meios tecnológicos com finalidades, graus e complexidades diferenciadas. A tecnologia digital caracteriza-se pela velocidade. Ela representa um novo tempo, redimensionando o espaço, revolucionando nossa maneira de ver, compreender e sentir.

Tendo em vista as novas formas de subjetividade, a responsabilidade dos professores aumentou diante das escolhas variadas que precisam fazer para mediar essa relação no processo de ensino.

A prática docente precisa, portanto ser revisada, porque há o risco de ser o professor a alienígena na sala de aula. As metodologias até então adotadas precisam relacionar outras áreas de conhecimento afins a esses novos estudos sobre a tecnocultura contemporânea. Os trabalhos de equipes, o ensino tutoriado e a pesquisa são fortes aliados metodológicos desde que planejados, coordenados e avaliados sob a orientação do professor.
AULA 4: “Atividade de Avaliação do Módulo 1”


AULA 5: “Formação docente: um breve histórico”

OBJETIVOS:

Identificar as características dos cursos de formação docente no Brasil em diferentes épocas, relacionando tais características ao contexto social.

AULA 6: “Memória a serviço da construção da identidade docente”

OBJETIVOS:

Compreender como a memória pode ser utilizada na formação e na prática didática do professor.

O ensino de Didática nos cursos de formação de professores, seja em Pedagogia, ou em outros cursos de formação continuada, precisa ser constantemente debatido pelos professores e pesquisadores da área, visto que a necessidade de melhoria da qualificação dos educadores é cada vez mais premente para o enfrentamento dos atuais desafios da prática docente e da profissão de professor no novo século.

A Didática como disciplina que trata da teoria geral do ensino é capaz de atender a tais considerações, visto que, ao se preocupar com a orientação didática do professor em relação ao processo ensino-aprendizagem, não desconsidera o seu preparo técnico, político, muito menos o humano e cultural. Por conta de tal observação, é preciso investigar mais e incluir discussões sobre as formas de pensar a atividade docente no plano pessoal e profissional nestes cursos.

A evolução das pesquisas na área de Didática possibilitou que, nos seus programas, fosse incluído o estudo da “Memória Docente” como resgate do sentido e significado do trabalho e da profissão do professor. Tal processo ocorreu à luz das críticas que recebia por ser uma disciplina capaz de operar sínteses, atuar sobre o ensino das outras áreas do conhecimento de forma disciplinar, de orientar ações para práticas eficientes, outras reflexões e investigações de nossa parte.

Nessa viagem ao passado profissional, os professores têm a oportunidade de refletir sobre determinadas intenções e ações, reinterpretando-as de forma a reconstruir, ou não, seus esquemas e pré-concepções a partir de novas ferramentas intelectuais incorporadas.

A contribuição da memória representa, segundo Nóvoa, “uma ruptura tanto em termos de procedimentos, pois o sujeito se torna simultaneamente ator e investigador, quanto de entendimento da realidade, na medida em que este método parte do pressuposto de que seja possível entender o particular como parte do universal”.

A memória para Lins é, por um lado, fugitiva, feita de fragmentos dispersos e, por vezes, sem nexo, estando submissa aos caprichos da reminiscência, elaborada pelo jogo da lembrança e do esquecimento; por outro, é também considerada: “uma espécie de antecâmara da alteridade onde cada um constrói sua própria história e se confronta com a história dos outros membros da família, amigos, amantes, inimigos, etc”.

Para Bordieu, é pela memória que se instauram as continuidades e as rupturas nos vínculos, sejam familiares, amorosos ou sociais, nas formas de transmissão e nos conteúdos da “distinção” e da “herança”.

A memória informal na escola pode ser percebida através das músicas, das linguagens, rituais, relações, festividades, hábitos e mitos, histórias compartilhadas através de interações entre professores, alunos e demais partícipes. Como agente de memória social informal, o professor propicia espaços para interações espontâneas entre alunos, estimula um clima na sala de aula favorável à troca de idéias e comportamentos, cria momentos onde possa se fortalecer atitudes positivas, hábitos saudáveis e valores compartilhados.

A memória educativa é específica da escola e se constrói pelo conteúdo curricular das diferentes disciplinas das áreas do conhecimento, das técnicas, hábitos, atitudes, habilidades, ritos pedagógicos, num grande acervo valorizado tanto pelo sistema educacional como pela sociedade. Este tipo de memória varia segundo os objetivos e especificidades de cada instituição, de cada época. Enquanto agente de memória educativa, o professor está representado pelo próprio domínio do conhecimento de sua área e matéria. Reflete constantemente sobre sua relação com esta, buscando a atualização de seu próprio acervo de informações e saberes, numa constante aprendizagem.

A memória na sociedade digital se propõe a mudar a escola, transformando-a em um espaço aberto, cooperativo, de intercâmbio de informações, e de conhecimentos, com diferentes pessoas e instituições no mundo todo. Como agente de memória na sociedade digital e que trabalha em sala de aula ou em formas não-presenciais, possibilita, via redes, atividades interativas com outras realidades e grupos sociais, dinamizando sua ação didática através de ações orientadas de busca, pesquisa, ordenação, organização, reflexão e crítica dos dados transformando-os em acervo informativo.
AULA 7: “O conhecimento dos professores: saber docente, saber reflexivo”


OBJETIVOS:

Analisar a importância da prática reflexiva para a atuação docente;

Identificar as atitudes necessárias à ação reflexiva na formação de educadores;

Posicionar-se frente às competências profissionais para a formação de professores, tendo em vista suas possibilidades diante da realidade concreta.

A formação não se constrói por acumulação (de cursos, de conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal. Por isso é tão importante investir na pessoa e dar um estatuto ao saber da experiência.

Segundo Dewey, a ação reflexiva implica numa consideração ativa, persistente e cuidadosa por aquilo em que se acredita ou que se pratica, à luz dos motivos que o justificam e das conseqüências a que conduz. Não é um conjunto de passos ou procedimentos específicos utilizados pelos professores, ao contrário, é uma maneira de encarar e responder aos problemas, uma forma de ser professor e, para isso, estão implicadas sua intuição, emoção e paixão. “Os professores não reflexivos aceitam automaticamente o ponto de vista normalmente dominante numa dada situação”.

Dewey define três importantes atitudes necessárias para ação reflexiva: a abertura de espírito (remete-se ao desejo ativo de se ouvir mais de uma opinião, de se buscar alternativas e de se admitir a possibilidade do erro); a responsabilidade (requer a ponderação cuidadosa das conseqüências que uma determinada ação possa ter na vida pessoal, social e política dos alunos); o empenhamento (predisposição para enfrentar a atividade com curiosidade, honestidade, energia, capacidade de renovação e luta contra a rotina).

Para Shon, a reflexão é um processo que ocorre antes e depois da ação (sobre a ação) e, em certa medida, durante a ação (na ação). Assim ele propõe três conceitos diferentes que se incluem no pensamento prático dos professores:

1.Conhecimento na ação: é o componente inteligente do saber-fazer competente que os profissionais demonstram na execução da ação. É fruto da experiência e da reflexão passada. É um conhecimento implícito que recorremos como auto-observadores, quando refletimos sobre o nosso fazer e tentamos descrever o conhecimento que está subjacente.

2.Reflexão na ou durante a ação: é um processo de investigação e de aprendizagem significativa para o professor, pela via do diálogo simultâneo com a situação problematizada. É um processo imediato de improvisação e de criação que depende de grande agilidade mental para captação das variáveis, de intervenção, apontando uma resposta inovadora às necessidades suscitadas.

3.Reflexão sobre a ação e sobre a reflexão na ação: possibilita ao professor, no decurso da própria ação e sem interrompê-la, uma avaliação da situação, distanciando-se de forma breve para analisá-la e buscando, em seguida, a sua reformulação. É uma reconstrução mental para observá-la retrospectivamente.

Zeichner ratifica a visão de professor reflexivo de Shon, porém afirma que os professores devem estar atentos às investigações feitas por terceiros e propõe que estes atuem como “consumidores críticos capazes de participar na sua criação”. Também alerta para o perigo de uma pessoa se agarrar ao conceito de ensino reflexivo, tratando-o como um fim em si mesmo. A reflexão é um meio para uma educação transformadora, esta sim um atividade-fim.

A atenção do professor é tanto dirigida para o interior, para a sua própria prática, como para o exterior, para as condições sociais nas quais se situa essa prática;

Existe na reflexão uma tendência democrática, emancipadora e uma importância dada às decisões do professor quanto às questões que levam a situações de desigualdade e injustiça dentro da sala de aula;

O compromisso da reflexão enquanto prática social.

Perrenoud admite que a prática reflexiva deve estar aliada à participação crítica e à profissionalização docente. Para ele, estas são orientações prioritárias para a formação de professores, pois “vão além do ‘saber fazer’ profissional de base, mas supõem sua aquisição prévia”, isto é, exigem “competências”. O autor afirma que determinados professores, por terem desenvolvido frágeis competências disciplinares, didáticas e transversais, arriscam-se a perder o domínio de sua aula, numa tentativa de ensaio e erro atuando com práticas defensivas.

Destaca dez competências profissionais:

1.Organizar e animar situações de aprendizagem;

2.Gerir o progresso das aprendizagens;

3.Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;

4.Envolver os alunos nas suas aprendizagens e no seu trabalho;

5.Trabalhar em equipe;

6.Participar da gestão da escola;

7.Informar e envolver os pais;

8.Servir-se de ovas tecnologias;

9.Enfrentar os deveres e dilemas éticos da profissão;

10.Gerir sua própria formação contínua.

AULA 8: “Atividade de Avaliação do Módulo 2”


Ver página 109.

AULA 9: “Formação continuada: a perspectiva clássica e a perspectiva atual”

OBJETIVOS:

Analisar a formação continuada pelo viés da perspectiva clássica e da perspectiva atual.

Uma profissão é uma realidade dinâmica e contingente, baseada em ações coletivas de um grupo cuja identidade se constrói através de interações com outros grupos, instâncias e atores diversos. Nesta ótica, uma profissão não remete a uma coleção de atributos de base definidos de uma vez por todas (Tardif, M; Lessard, C; Gauthier, C., 1998, p.24).

A formação continuada de professores inclui todas as atividades desenvolvidas pelos professores em exercício, após a formação inicial. A capacitação crescente do educador se faz por duas vias: a via externa, representada por cursos de aperfeiçoamento, seminários, leituras de periódicos especializados, etc; e a via interior, que é a indagação à qual cada professor se submete, relativa ao cumprimento de seu papel social (Vieira Pinto, 1986, p.113).

Segundo Candau, esta formação é feita numa perspectiva clássica ou numa perspectiva atual:

Na perspectiva clássica, estão as iniciativas de instituições e órgãos governamentais que enfatizam a qualificação, reciclagem e especialização, como “voltar e atualizar a formação recebida”.

Na perspectiva atual, a busca pela educação continuada desloca-se do exterior para o interior da escola, valorizando-se o saber docente, reestruturando o aprendido, fazendo descobertas e aprimorando a sua formação.

Mas para que o professor se qualifique cada vez mais não basta a participação em curso; é necessário que ele reflita sobre a sua prática, problematizando-a e buscando alternativas de solução ou socializando esta prática, tornando-a coletiva, por confrontar suas conclusões com as do grupo.

Vale ressaltar que esta formação pode se dar de maneira formal ou informal. A maneira formal é aquela que ocorre em espaços institucionalizados de ensino, correspondente ao modelo clássico. A maneira informal consiste nos saberes adquiridos por contatos e interações sociais, principalmente no âmbito profissional.

A formação continuada deve estar articulada com o desempenho profissional dos professores, tornando as escolas como lugares de referência. Trata-se de um objetivo que só adquire credibilidade se os programas se estruturarem em torno de problemas e de projetos de ação e não em trono de conteúdos acadêmicos (Nóvoa, 1991, p.30).

AULA 10: “Reaprendendo a aprender: alguns casos bem-sucedidos de educação continuada”

OBJETIVOS:

Aplicar a concepção de educação continuada na forma atual, no seu cotidiano.

Nesta aula veremos alguns exemplos e experiências que podem ser analisados e experimentados em sua escola. Faça uma leitura crítica deste capítulo e ao final, tente realizar as atividades 01 e 02 da página 128.



AULA 11: “As relações na dinâmica da sala de aula”

OBJETIVOS:

Reconhecer a autoridade do professor para a orientação e condução da aula;

Perceber a importância do diálogo entre professor e aluno para o eito do processo ensino-aprendizagem;

Analisar a violência social e suas conseqüências na escola;

Estabelecer uma relação entre motivação e autodisciplina.

O sentimento dos alunos pelo professor nasce sempre da forma como são tratados, de como se sentem na sala de aula. Se forem tratados com respeito, saberão respeitar; se perceberem no professor amor por eles, provavelmente responderão com afeto. Se sentirem motivados para a aprendizagem. Exercerão a autodisciplina e cuidarão para que os outros colegas da classe saibam respeitar o professor.

A participação dos alunos em sala é conquistada não só pelo atendimento do professor aos seus anseios, mas, também, pela cumplicidade entre ambos, pela troca de papéis em alguns momentos, pelo respeito à autonomia do discente exercida pelo professor sem autoritarismo.

O diálogo é um ponto fundamental na relação professor-aluno, como preconizava Paulo Freire. É por meio do diálogo amoroso que há uma verdadeira troca entre os atores do ato de aprender, possibilitando contato com outras visões de mundo, desfazendo preconceitos, modificando atitudes, o que resulta em melhores oportunidades de aprendizagem.

No momento atual da educação, os professores têm encontrado em suas classes alunos provenientes de lares desfeitos, pais que passam todo o dia fora, e estas crianças desconhecem expressões de gentileza, agradecimento, o que torna o ambiente hostil.

Neste cenário a escola quase sempre impõe a cultura burguesa às classes populares, desconsiderando seu modo de vida, seus anseios, seu saber, dificultando sua construção pelo estudante, gerando desinteresse, impedindo a troca de saberes.

Cabe ao professor conduzir os trabalhos na sala de aula. É ele que está investido de autoridade por seus conhecimentos intelectuais, morais e técnicos, porém não sendo o único responsável pelos atos de violência e vandalismo muitas vezes praticados nas escolas.

Ressaltamos a importância de envolvermos a comunidade nas decisões que fogem à competência da escola. A cumplicidade dos pais e da comunidade em geral constituirá força para enfrentar as dificuldades, portanto o professor precisa aliar-se para exercer sua responsabilidade pelo ambiente sadio que deve servir de base às atividades didáticas, incluindo a atitude responsável e um diagnóstico cuidadoso da turma, a fim de adequar o trabalho às reais necessidades e interesses do grupo.

AULA 12: “Cultura e diversidade desafiando a formação e a prática docente”


OBJETIVOS:

Reconhecer a importância dos estudos atuais sobre a cultura para a educação, formação e atuação docente;

Perceber as relações entre as questões políticas, econômicas e sociais e a prática educacional multicultural;

Identificar na própria atuação didático-pedagógica em sala de aula e na escola, práticas que favoreçam uma educação multicultural voltada para a diversidade;

Posicionar-se frente às situações de discriminação e intolerância em relação às variâncias culturais de grupos na escola.

Nas atuais sociedades, a oferta, a extensão e a espécie de educação distribuída ao seu povo nem sempre tem sido justa e democrática em termos de quantidade e qualidade, mesmo em tempos de avanços tecnológicos, a informática como um hábito agregado a nossa cultura, nem todos os brasileiros têm acesso a ela.

A Cidadania Cultural (Marilena Chauí, 1999, pp. 14-15) defende o direito à cultura como:

1.Direito de produzir ações culturais, isto é, de criar, ampliar, transformar símbolos, sem reduzir-se à criação nas belas-artes;

2.Direito de fruir os bens culturais, isto é, recusa da exclusão social e política;

3.Direito à informação e à comunicação, pois a marca de uma sociedade democrática é que os cidadãos não só tenham o direito de receber todas as informações e de comunicar-se, mas têm, sobretudo o direito de produzir informações e comunicá-las; portanto a Cidadania Cultural põe em questão o monopólio da informação e da comunicação pelo mass media e o monopólio da produção e fruição das artes pelas classes dominantes;

4.Direito à diferença, isto é, a exprimir a cultura de formas diferenciadas e sem uma hierarquia entre essas formas.

Numa sociedade dita democrática, porém marcada por desigualdades e diferenças entre grupos sociais como a nossa, a convivência entre estes é desafiada através de embates travados entre as culturas particulares que, neste jogo de interesse, se estabelecem.

Existe entre educação e cultura uma relação íntima, orgânica, visto que a educação, no seu sentido amplo, pretende a formação e socialização do indivíduo e esta é sempre feita de alguém para alguém, supondo para isso a comunicação, a transmissão, a aquisição de conhecimentos, informações, hábitos, valores, crenças, ou seja, a aquisição de cultura.

Para Vieira Pinto, a educação pertence à cultura em dois sentidos:

1.No sentido de que o mesmo conceito de educação é um dos produtos ideológicos da cultura e como tal reflete e resume a totalidade cultural que o enuncia;

2.A educação pertence ao campo cultural por ser o processo produtor (e transmissor) da cultura

O que sabemos é que cada aluno ou grupo é afetado diferentemente pelas atitudes dos professores em relação a sua postura cultural no que se refere também ao ato de ensinar. É preciso que os educadores reconheçam que as diferentes culturas, das quais os alunos são portadores, possuem linguagem, estilos, símbolos próprios que precisam ser mais valorizados e melhor compreendidos em seu poder criativo e original.

Sedano (1997) compreende o interculturalismo como a inter-relação entre diferentes culturas em uma mesma sociedade. Já o multiculturalismo e o pluriculturalismo são entendidos por muitos autores como a existência de diferentes culturas em uma mesma sociedade.

Uma educação multicultural deve ser um imperativo de nossas escolas, não só em relação aos grupos discriminados, como também aos grupos dominantes, de forma a reconhecer a pluralidade étnico-cultural como enriquecimento para a sociedade como um todo, destituindo assim de preconceitos as novas gerações (Candau, 1997). Assim devemos reconhecer a necessidade de:

Possibilitar um contexto democrático de decisões sobre os conteúdos do ensino, no qual o interesse de todos seja representado;

Modificar a forma de entender, praticar e de atuar com a cultura dominante no ensino, integrando outras culturas não dominantes neste processo;

Realizar uma análise crítica, investigando como cada escola internamente, no seu projeto, em suas práticas de ensinar pode atender à diversidade.

AULA 13: “Atividades de avaliação do módulo 3”

Ver página 155.

Ad1 de Psicologia da educação - 1° semestre de 2009

1 - Discorra sobre a interação entre Psicologia e Educação.

RESPOSTA N°1

A psicologia, que faz parte das ciências humanas, busca através de teorias explicar, entender, prognosticar, modificar e relacionar as manifestações do psiquismo humano. No campo escolar o seu objetivo era de adaptar o aluno aos métodos através da mensuração de fenômenos psicológicos. Depois de alguns testes, o tratamento clínico deveria corrigir os distúrbios de comportamento e de aprendizagem.

A psicologia acabou impondo alguns limites à prática educativa, pois estudos feitos em laboratórios estavam gerando resultados que nunca aconteceriam significativamente na prática escolar. O que gerou uma discussão a respeito que essas metodologias deveriam ser adequadas a realidade de cada aluno.

Mas, não podemos negar que a psicologia pode ajudar muito quando desenvolvem pesquisas sobre aprendizagem, avaliação do comportamento, instrumentos de mensuração psicológicos e problemáticos no campo da educação.

A psicologia social também auxiliou a educação no sentido das influências do trabalho em grupo para o comportamento individual. Ela continua contribuindo para a educação através da criação de instrumentos de medida, formulação de teorias sobre o processo de aprendizagem, entendimento acerca do desenvolvimento afetivo, cognitivo e moral.
2 - O texto sobre o Primeiro Ano de Vida aborda a construção do vínculo entre a criança e seus pais, principalmente sua mãe. Comente a frase: “O bebê pode reconhecer a mãe pelo olfato e pela voz, e pelas batidas de seu coração, às quais se habituou durante os meses em que viveu dentro dela”.


RESPOSTA N°2

Quando o bebê nasce ele continua desenvolvendo seus sentidos, principalmente a visão, o paladar, o olfato e o tato, pois a audição já está bem desenvolvida. Como ele passou praticamente nove meses dentro do útero de sua mãe, ele pode interagir com aquele ambiente. Ele podia sentir as batidas do coração dela e escutar o som da voz dela, mesmo que reduzidamente.

Após o seu nascimento, devido à amamentação ele passa a maior parte do tempo com sua genitora. E sendo amamentado, ele tem um contato muito grande onde pode tocá-la, cheirá-la e poderá confundir com o cheiro do leite, e principalmente escutar a sua voz, da qual ele já estava acostumado. O bebê ainda não enverga com perfeição, então os seus outros sentidos estarão mais apurados.

Isso acontece porque a criança nasce com os sensórios bem desenvolvidos e isso ajudará a construir em sua mente a imagem de sua mãe, e futuramente conhecer e compreender o mundo que a rodeia. Mas inicialmente ela terá limitações motoras em suas explorações do meio.

3 - Comente a afirmativa: “A educação para a higiene representa um grande esforço para a criança, e as mães precisam ter compreensão e paciência”.

RESPOSTA N°3


As mães são importantíssimas na questão da higiene do filho, pois a criança se sente bem quando a mãe está fazendo a troca de fraldas e dando banho com carinho e paciência. A partir do momento em que é necessário parar com o uso das fraldas será necessária muita paciência dos pais, pois o bebê demora a se adaptar a utilizar o urinol devido o pouco controle de suas eliminações. Ele estava acostumado a usar as fraldas e fazer suas necessidades em qualquer horário.

O incentivo à criança é fundamental, pedir com carinho e parabenizá-lo após o uso do urinol fará com que ela perceba o quanto é importante esta mudança em sua vida. O ideal é que a criança abandone as fraldas no momento certo, quando ela se interessar pelo uso de outros meios de eliminação. Ela aprenderá e terá vontade em sua hora.

Estes aspectos da higiene da criança devem “ser levados a sério” pois más experiências podem prejudicar outras áreas psicológicas, originando graves traumas.

4 - A infância é uma época de intenso desenvolvimento físico, psíquico e social da criança. Como você entendeu o papel dos irmãos nesse momento evolutivo?

RESPOSTA N°4

Os irmãos possuem um papel importante na evolução da infância de uma criança, pois o contato positivo com eles pode fazê-la desenvolver vários aspectos. Dentre eles podemos citar a linguagem, a socialização, a cognição, pode também interagir através de brincadeiras propiciando um progresso físico e desenvolvimento motor.

As rivalidades entre irmãos são comuns e os pais devem apresentar soluções para os conflitos de forma que não privilegiem apenas um lado. Atitudes certas ou erradas devem ser apontadas e resolvidas com serenidade, e isso mais tarde auxiliará na construção da relação de convivência social, respeito as normas, diferentes formas de relacionamentos, resoluções de conflitos e necessidade de ajuda do próximo,ou seja, o trabalho em grupo.

Os adultos devem evitar comparações e as hierarquias exageradas, pois isso pode gerar angústias, ciúme e injustiças. O elogio para as atitudes corretas sempre é um bom caminho.

5 - No filme Kolya, escolha alguma parte onde podemos perceber a identificação do menino com Luka, o músico, e discorra brevemente sobre ela.


RESPOSTA N°5

Durante o filme podemos perceber algumas atitudes que demonstram a identificação de Kolya com Luka. Podemos citar o momento em que Kolya ao atravessar a rua e avistar uma placa de sinalização, dá a mão para Luka com confiança e carinho, o que antes não tinha acontecido devido a uma resist ência do menino.

Outro momento foi quando Kolya tocava o violino imitando Luka nos velórios. Esta foi uma identificação interessante, pois o menino estava inserindo em sua vida os acontecimentos que lhe encantaram na vida de Luka.

Nos desenhos do menino também podia demonstrar o envolvimento com Luka, onde eram registrados os momentos dos velórios /enterros que ele acompanhava. O mesmo acontecia na brincadeira do menino, que através do teatro confirmava a participação nas mesmas situações.

Todos esses fatos foram os que mais chamaram a nossa atenção devido os sentimentos que geraram e transformações emocionais.

6 - Aprofunde a reflexão: “As qualidades que idealizamos são aquelas que gostaríamos de ter, e às vezes pensamos possuí-las através de nossos filhos, como eu-ideal. Os pais podem facilitar ou dificultar o desenvolvimento da criança como indivíduo, mas não podem criar-lhe uma individualidade, “fabricá-lo”.


RESPOSTA N°6

Os pais podem utilizar sua experiência para conduzir e auxiliar a vida dos filhos mas precisam ter cuidado ao educar e incentivar os filhos. Pois muitas vezes, eles podem acabar forçando as crianças a fazerem atividades das quais elas não têm vontade só para agradá-los.

É preciso observar os interesses da criança e perceber o que ela gosta ou não de fazer, seus limites, suas ansiedades, sempre tomando o cuidado para não idealizar nela o que os responsáveis gostariam de ser ou ter.

Respeitando a vida da criança como única, a sua família contribuirá para o seu desenvolvimento pleno como indivíduo que constrói um caminho nunca percorrido por ninguém.

7 - A adolescência é um período complexo, composto de ambivalências. Discorra, calcando-se nas informações dos textos, os lutos que devem ser elaborados pelo adolescente e aqueles que são necessários que os pais elaborem a fim de acompanhar a evolução dos filhos.

RESPOSTA N°7

A adolescência é uma fase complicada pela qual as crianças, que já são pré-adolescentes, precisam passar. Nela ocorrem muitas mudanças no corpo e na mente, vários acontecimentos nos aspectos psicossociais que podem interferir significativamente nos aspectos biológicos e cognitivos.

As modificações psicológicas que se referem as mudanças corporais tendem a influenciar a relação dos filhos com os pais. Vários comportamentos ambivalentes e contraditórios serão comuns nesta etapa. Como o gosto pela solidão, mas busca de bando; desprezo pelo adulto, mas referência a ele; angústia e desânimo, mas visão entusiasmada do futuro.

Os pais também passam por esta fase com certas dificuldades, pois antes tinham uma criança totalmente dependente, da qual recebia suas regras e conselhos sem gerar conflitos. Agora eles lidam com um “meio-adulto” que possui opiniões próprias e que está modelando sua identidade.

8 - Explique: “Na brincadeira, a criança se coloca de forma objetiva diante de questões que lhe são subjetivas. Ela aprende, assim, a olhar sob outro prisma os conflitos e situações que compõem sua vida”.

RESPOSTA N°8

A brincadeira para as crianças é a forma dela expressar suas emoções, os acontecimentos da sua vida e é a demonstração da noção do meio, e do objeto, que ela está construindo. Brincando ela aprende, desenvolve a linguagem e o pensamento, estimula suas percepções do mundo e confronta com idéias que vão se formando a partir de cada interação que acontece.

Devido a uma possível limitação verbal a criança consegue exteriorizar sentimentos e pensamentos, aprendem regras, relações sociais e conhecimento de si mesma. Ela que tem uma visão subjetiva(dela mesma) do mundo, aprende através do brincar a olhar o meio de forma diferente, ou seja, de forma objetiva.

O educando passa a ter noção de que ele é uma parte diferente e que certos fatos poderão acontecer com outras pessoas em volta dela. Ela descobre que não é o centro de tudo, e durante a infância ela passará pelo egocentrismo até alcançar uma certa autonomia, com a mediação de outras pessoas.

Enquanto a criança brinca, ela interpreta diversos papéis, constrói uma história e seu cenário, vivencia medos e paixões, contorna o confronto com as regras e alivia sua timidez.

9 - Como você entende o papel das fases evolutivas no processo de desenvolvimento, segundo a teoria psicanalítica?

RESPOSTA N°9

ANULADA

10 - Quais transformações emocionais você descreveria na vida de Kolya e de Luka que foram decorrentes do encontro desse menino e desse homem?

RESPOSTA N°10

Aconteceram várias transformações emocionais na vida de ambos, Kolya e Luka.

Kolya que antes era solitário (apesar da companhia da mãe), acuado e difícil de lidar, passa a demonstrar-se meigo, carinhoso e divertido. Principalmente na cena em que ele está na banheira brincando de telefonar e com saudades de sua avó, reflete o amor e amizade que sente naquele momento.

Luka também modificou suas atitudes, pois inicialmente apenas se preocupava com si mesmo, com suas dívidas e com a satisfação de seus desejos através de diversas mulheres, geralmente casadas. Ele era egoísta e a convivência com o menino o auxiliou a aprender a amar, a se doar, a dar valor ao próximo e com ele se preocupar. Fora que despertou sentimentos que em sua infância ficaram escondidos num lugar obscuro que nem ele conhecia.

Podemos perceber que esta situação que no início foi difícil e complicada gerou pontos positivos na vida dos dois e dos demais ao redor deles.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Resumo Didática - Aula 14 a 27 - 2° semestre de 2009

RESUMO DIDÁTICA – PEDAGOGIA – 2º PERÍODO

RESUMO A PARTIR DA BIBLIOGRAFIA:
SANTOS, ANA LUCIA CARDOSO DOS. DIDÁTICA V. 2/ ANA LÚCIA CARDOSO DOS SANTOS. - 3. ED. RIO DE JANEIRO: FUNDAÇÃO CECIERJ, 2009.

AULA 14: “Objetivos Educacionais no contexto atual da prática escolar”

OBJETIVOS:

Reconhecer a importância dos objetivos de ensino para a prática educacional;

Identificar as características dos objetivos de ensino no contexto atual;

Elaborar objetivos de ensino em diferentes níveis.

O ensino é uma forma de se educar, uma maneira sistemática de se possibilitar que a aprendizagem ocorra. É uma ação deliberada, planejada, organizada, tendo em vista algumas aprendizagens, alguns objetivos.

Objetivo é a especificação do que estamos querendo conseguir como resultado da atividade que vamos proporcionar ao aluno. Portanto, os objetivos educacionais são os resultados desejados e previstos para a ação educativa. A formulação dos objetivos ajuda o professor a se dar conta do que será importante para o aluno aprender em relação aos conteúdos estudados.

Os objetivos são traçados em diferentes níveis. Os amplos são chamados gerais. São aqueles que vão ser alcançados a longo prazo, como ao final do Ensino Fundamental ou ao final de uma série, ou, ainda ao final de uma disciplina. Os objetivos específicos são para o curto prazo e, também, são chamados imediatos.

A classificação dos objetivos segundo Bloom:

Domínio cognitivo – ligado a conhecimentos, informações, possibilitando desenvolver nos alunos habilidades de pensamento, como a memorização, a compreensão, a aplicação e outras mais complexas;

Domínio afetivo – relacionado a sentimentos, emoções, possibilitando desenvolver nos alunos habilidades de sentir, de amar, de ouvir o outro, de respeitar opiniões;

Domínio psicomotor – enfatiza a coordenação motora, possibilitando desenvolver nos alunos habilidades de correr, saltar, nadar,...

AULA 15: “Os conteúdos necessários ao ato de ensinar”

OBJETIVOS:

Identificar os elementos dos conteúdos de ensino em diferentes situações de aprendizagem;

Sintetizar informações sobre questões relacionadas à seleção e organização de conteúdos;

Posicionar-se sobre a forma de organização de conteúdos, por temas ou projetos, no currículo.



Conteúdo é “tudo aquilo que é passível de integrar um programa educativo com vistas à formação das novas gerações”.

Os conteúdos conceituais são aqueles referentes a conceitos, fatos, fenômenos, princípios, teorias das ciências para explicar o cotidiano.

Os conteúdos procedimentais são os que se relacionam às habilidades que serão desenvolvidas nos alunos e que funcionarão como instrumentos necessários ao processo de construção de conhecimentos.

Os conteúdos atitudinais envolvem as atitudes e convicções. Estão ligados à formação de valores que orientarão a conduta dos alunos.

No eixo vertical, os conteúdos devem seguir uma seqüência e continuidade nos anos subseqüentes.

No eixo horizontal, a relação estabelecida é aquela que é feita em um mesmo ano, mas em áreas ou disciplinas diferentes.

AULA 16: “Organizando o ensino: entre método e técnica ou procedimentos?”

OBJETIVOS:

Reconhecer a importância do conhecimento na sociedade dos nossos dias;

Explicar o significado dos termos: método, técnica e procedimentos.

O avanço científico e tecnológico transformou a sociedade atual na sociedade do conhecimento, cuja produção e transformação desse conhecimento se dá em escala geométrica, exigindo uma constante busca do saber por parte de todos.

A educação deixou de ser preocupação somente da escola para estar inserida entre as atividades de diferentes agências sociais que, somadas às influências das tecnologias, contribuem para um novo redimensionamento do tempo e do espaço, justificado pela forma como se aprende e veicula o conhecimento.

O método não pode ser imposto ao aluno, e sim criado por ele no convívio do trabalho educativo com o educador. São eles: dedutivo (é aquele que vai do geral para o particular); indutivo (vai do particular para o geral) e analógico (faz a integração dos dois).

As técnicas representam maneiras particulares de organizar o ensino a fim de provocar a atividade do aluno, no processo de aprendizagem. São considerados três tipos: expositiva ou de comunicação (visam à transmissão de uma mensagem codificada, seja por palavras ou símbolos visuais ou sonoros); interrogativa (implicam numa comunicação e aprofundamento dialogado de idéias); de pesquisa ou experimentação (compreendem o estudo, análise, síntese e comunicação dos resultados).

Tantos os métodos como as técnicas precisam ser encarados não como fim e sim como meios auxiliares para o desenvolvimento das atividades, não desconsiderando a situação concreta da sala de aula.

AULA 17: “Principais métodos de ensino: revendo conceitos e atualidade”

OBJETIVOS:

Conceituar método de ensino;

Reconhecer os principais métodos de ensino mais utilizados no Ensino Fundamental;

Identificar as possibilidades de aplicação dos métodos estudados na prática cotidiana.



Agir com método significa um desafio para o professor que deverá seguir determinados critérios com organicidade e disciplina, tendo em vista os objetivos pretendidos.

O Método de Projetos consiste numa unidade de atividades de ensino, com vistas à solução de um problema concreto, com atividades individuais ou em grupo.

O Método Centro de Interesse atende aos interesses dos alunos, desenvolvendo o senso de observação, a capacidade de fazer relações, contextualiza melhor o assunto, torna a prática mais dinâmica e criativa, contemplando tudo que o ensino progressista defende atualmente.

O Método das Unidades de Experiência consiste em organizar e desenvolver uma unidade didática do programa de uma disciplina, de forma globalizada, integrando os conteúdos de várias outras em torno dessa unidade.

As novas tecnologias redimensionam o tempo e o espaço educacionais não só quando tiram da escola o privilégio de ser a única responsável pela educação intencional e sistemática, mas, também, quando alteram o próprio espaço e tempo da sala de aula.

AULA 18: “A linguagem oral influenciando os modos de se conduzir o ensino”

OBJETIVOS:

Reconhecer diferentes alternativas metodológicas no ensino em que prevalece a oralidade;

Aplicar diferentes procedimentos de ensino no seu cotidiano escolar.



Na aula expositiva dialógica, o professor começa considerando as experiências que os alunos dispõem sobre o tem a ser estudado. Uma forma de se desencadear um diálogo é problematizando situações, fatos, idéias, fenômenos, a partir de alternativas que levem à compreensão do problema em si, de suas implicações e de caminhos para sua solução.

Algumas formas de desenvolvimento da linguagem oral, nas quais o professor não se torna o centro:

Trabalho de grupo; Discussão circular; Grupo de verbalização e de observação (GV e GO); Tempestade de idéias; Phillips 66; Cochicho; Painel integrado; Aulinha; Dramatização; Excursão; Estudo de caso; Ataque e defesa; Júri simulado; Mesa redonda.

AULA 19: “A escrita influenciando os procedimentos de ensino do professor”

OBJETIVOS:

Reconhecer os procedimentos de ensino em que há o predomínio da escrita;

Comparar os procedimentos estudados nesta aula com os da última aula.



A escola tradicional utilizava muito a exposição oral, de forma dogmática, mas contemplava as exposições com trabalhos de fixação da aprendizagem, escritos e individuais, também em atividades para casa.

O estudo de texto é uma técnica que possibilita ao aluno realizar o seu estudo, operando mentalmente, o que seria uma preparação para o estudo dirigido.

O estudo dirigido consiste em fazer com que o aluno estude um assunto a partir de um roteiro previamente elaborado pelo professor.

O trabalho independente pressupõe determinados conhecimentos, compreensão da tarefa e do objetivo, de modo que os alunos possam aplicar conhecimento e habilidades sem a orientação direta do professor.

AULA 20: “O avanço do conhecimento e o desenvolvimento tecnológico”

OBJETIVOS:

Explicar as modificações sofridas no processo ensino-aprendizagem nos últimos anos;

Avaliar a relação das novas tecnologias com o trabalho do professor em sala de aula;



O avanço tecnológico e o avanço do conhecimento resgataram o “aprender a aprender”, e diante dessa situação, percebemos algumas aprendizagens como necessárias, sendo fundamental o desenvolvimento de habilidades de pensamento, levando sempre o aluno a buscar novas aprendizagens.

A tecnologia digital nos proporciona uma forma de obtenção dos conhecimentos de forma descontínua, não-linear e em tempo e espaço diverso dos atuais. De qualquer modo, com ou sem as tecnologias, o professor não pode mais se posicionar como o dono do saber.

AULAS 21 E 22: Atividades de Avaliação

AULA 23: “Currículo: algumas considerações”

OBJETIVOS:

Conceituar currículo a partir de suas possibilidades críticas atuais;

Identificar as diferentes tendências da Pedagogia Crítica sobre o currículo no Brasil;

Avaliar as práticas com o currículo, a partir do trabalho com o conhecimento dos conteúdos no cotidiano escolar;

Analisar as diferentes posturas profissionais necessárias a uma prática interdisciplinar na escola.

As questões culturais apresentam importantes contribuições quando analisadas a partir do trabalho com o currículo no cotidiano escolar. Essas interfaces estão ligadas, dentre outros aspectos, a diferentes práticas ligadas aos conteúdos escolares.

Os conteúdos são conhecimentos que estão inseridos em diferentes campos do saber e abrangem conceitos, fatos, leis, princípios, teorias e generalizações que são acumuladas pela experiência humana em um determinado domínio especifico de atividade.

Falamos de currículo quando selecionamos atividades e sistematizamos os conhecimentos em conteúdos disciplinares, em séries ou em ciclos numa grade curricular, ou quando pensamos em conteúdos de programa da matéria. Dessa forma, no currículo em ação, interagem o planejado e o inesperado e, é nesta interação complexa e contraditória que se dá a construção do conhecimento.

A prática docente interdisciplinar sugere cinco princípios básicos: humildade, coerência, espera, respeito e desapego. Esta prática na escola exige um novo olhar sobre a sua integração. Nessa visão, outras relações se estabelecem onde outros poderes surgem a partir da constatação das diferentes forças e intenções do grupo.

Os estudos sobre as questões que envolvem o currículo dividem as opiniões dos intelectuais da chamada Pedagogia Crítica em nosso país em duas tendências distintas, com pontos de vista específicos em relação ao currículo escolar e sua relação com a cultura do aluno e a cultura mais geral acumulada.

A primeira corrente, a Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos (SAVIANI, D; LIBÂNEO, J.C.; dentre outros) defende a necessidade de a escola socializar, para todos, os conhecimentos cumulados historicamente pela humanidade, popularizando o acesso ao conhecimento científico, numa forma mais generalista.

A segunda corrente, a Pedagogia Libertadora de Educação Popular (FREIRE, P, dentre outros) defende a necessidade de a escola trabalhar com a cultura das camadas populares, valorizando a experiência do aluno, dando voz às culturas que são silenciadas pela escola e fortalecendo os grupos que são discriminados e oprimidos, numa proposta mais relativista.

Tanto a corrente da Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos, como a Pedagogia Libertadora de Educação Popular são dialéticas, pois não desvinculam o conhecimento que pretendem trabalhar, da realidade. Defendem a democratização do conhecimento e a necessidade de dialogar sempre com o aluno, porém divergem na forma introdutória de mediar essa orientação. A primeira parte do conhecimento acumulado pela humanidade, que são aqueles fundamentais, para dar conta da compreensão da realidade e da capacitação dos alunos para a realidade, visando a sua transformação. A segunda parte da realidade para o conhecimento, isto é, da percepção e análise dos problemas e contradições do contexto do aluno, para então eleger temas curriculares capazes de elevar o seu nível de conscientização, possibilitando assim a sua compreensão e transformação.

Santomé (2000), quando questionado sobre o que significa o currículo oculto, comenta que alguns professores preocupam-se exclusivamente em ensinar a sua área de conhecimento e, dentro dela, aquilo que consideram mais importante, esquecendo-se daquilo que ensinam e que, muitas vezes, não sabem que o fazem.

O currículo oculto pretende demonstrar que, além das matérias propriamente ditas, os professores estão a ensinar mais que isso. Mas é oculto porque não temos consciência do que realmente estamos a ensinar, que não estamos a fazê-lo de forma refletida (p. 11).

Outro aspecto desconsiderado pela escola é o “currículo nulo”, isto é, são os saberes que os alunos não têm a oportunidade de aprender sob a responsabilidade da escola (MCCUTCHEON, 1988, citado por MOREIRA, 1994). Sabemos das dificuldades de alguns professores em identificar os conhecimentos conceituais de sua disciplina; reconhecer o mínimo indispensável para a formação do aluno numa determinada série ou ciclo.

Ao contrário de perspectivas tradicionais, onde as questões curriculares são alvos de decisões de especialistas, renomados pesquisadores dentro e fora do país consideram importante avançar, deliberando para os professores a tomada de decisão sobre o planejamento, o acompanhamento e a ação curricular na escola. Estas decisões devem a priori estar pautadas na confiança, seriedade, responsabilidade e comprometimento dos mesmos, caso contrário, serão inviáveis.

AULA 24: “Planejamento e Projeto Político-Pedagógico: desafios para a construção do conhecimento na escola”

OBJETIVOS:

Reconhecer os diferentes planejamentos na escola;

Identificar a importância do planejamento para professores, ensino e escola.

Planejar é uma atividade humana e cotidiana. O planejamento escolar é um processo de reflexão sobre os desafios do cotidiano, inclusive os da sala de aula, tendo em vista o comprometimento com a transformação da prática.

O planejamento escolar é um processo de reflexão sobre os desafios do cotidiano, inclusive os da sala de aula, tendo em vista o comprometimento com a transformação da prática. Porém, nem sempre encontramos, na educação, professores estimulados a fazer planos. Por vezes, encontramos profissionais que desconsideram as possibilidades do planejamento para a prática escolar e que nem sempre sabem distinguir entre o planejamento que se quer daqueles que são feitos por fazer, entre o projeto proposto como superação das circunstâncias da prática e os que somente reproduzem a situação vigente.

O ato de planejar e de fazer planos/projetos ajuda-nos a rever a práxis. Dessa forma, nossas ações cotidianas passam a ter mais significado, imprimindo uma perspectiva de futuro e motivação real a nossos comportamentos.

O Projeto Político-Pedagógico como o plano global da instituição ou o projeto educativo, um instrumento teórico-metodológico, cuja finalidade é contribuir para a organização do conhecimento escolar. Sua construção deve articular todos os partícipes da realidade escolar (corpo docente, discente, comunidade), de forma que estes pensem, com base na própria realidade, sobre a singularidade e autonomia das ações desenvolvidas e a maneira de operacionalizá-las de forma mais política, crítica e criativa.

Demo (1993), ao se referir ao projeto político-pedagógico, afirma que este “não pode gerar um tipo de “saber oficial”, que se enrijece passando a exigir fidelidade, em vez de competência”. O autor acredita que tão essencial quanto construir o projeto próprio, é: “... cultivá-lo como fonte de inspiração criativa e crítica, não como túmulo de idéias, autodefesa corporativista, libelo contra críticas e divergências” (p. 242).

Atualmente, nas escolas de Ensino Fundamental da rede pública, muito se tem falado sobre a importância do projeto pedagógico. Este, a nosso ver, carece de algumas reflexões (...) e denuncia (...) a grande maioria das escolas organiza o denominado projeto pedagógico apenas pela etapa da programação do planejamento pela obrigação de fazê-lo, embora o apresentem como se fosse o próprio Projeto Político Pedagógico ou Plano Global da Escola. Neste caso, mais que enfatizar o operacional, na sua formalidade e produto (na etapa de confecção do plano), precisam reconhecer a importância do planejamento educativo como desmembramento de um projeto político, mais abrangente e mais complexo (SANTOS, 1997, p. 99).

A Lei 9.394/96 normatiza a esse respeito quando destaca a responsabilidade da escola atual na execução de sua proposta pedagógica. Em relação aos docentes, faz outras referências sobre a sua participação na elaboração e no cumprimento dos planos de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento (Projeto Político-Pedagógico – PPP) e sobre a sua participação integral nos períodos dedicados ao planejamento.

O Projeto Político-Pedagógico, quando assumido nas escolas, atende aos proclames da lei em relação à descentralização e à autonomia que esta confere a elas e a seus respectivos sistemas de ensino, o que representa, internamente, assumir a responsabilidade coletiva sobre suas intenções e ações, num grande exercício de participação individual, coletiva e de poder.

AULA 25: “Planejamento entre determinações e participações na educação escolar”

OBJETIVOS:

Analisar criticamente o planejamento a partir das influências deterministas e de participação nas escolas.



Dos ministérios e secretarias de educação às escolas e às salas de aulas é preciso planejar a ação para essa travessia com seriedade. É preciso, ainda, aprender a refletir sobre os fins e os valores que devem orientar nossa educação e, por conseguinte, o planejamento, numa nova “forma de fazer história, não voluntariamente, mas sim, pela práxis revolucionária”, como assevera Gramsci (1981, p. 254).

Em nosso país, a história do planejamento escolar esteve, a princípio, atrelada à idéia de praticidade, onde os professores se organizavam a partir de apontamentos, sem grande preocupação formal, feito em fichas, folhas, cadernos e nos diários de classe, num enfoque tradicional. Depois, lá pelos finais de 1960, o planejamento ganha força, visto a importância que se atribuía ao controle do comportamento dos alunos no processo de ensino-aprendizagem, como era proposto pelas teorias comportamentalistas e que se perpetuaram na corrente tecnicista, anos mais tarde. Esta última corrente atribuía aos meios tecnológicos (inclusive ao planejamento) e aos especialistas, entre outros, a responsabilidade sobre a eficácia e a eficiência do processo de ensino-aprendizagem escolar.

Para Demo (2001), são três os componentes básicos do planejamento participativo que tentamos aqui resumir:

a) Formação da consciência crítica e autocrítica na comunidade (fase de auto-diagnóstico), onde a comunidade forma um posicionamento crítico diante da realidade;

b) Formulação de estratégia concreta de enfrentamento dos problemas (partem para ação) destacando prioridades, caminhos alternativos;

c) Necessidade de organização (estratégia fundamental dos compromissos democráticos do grupo) para emergir, revestir-se da capacidade de mudar a seu favor.

Buscando ampliar as reflexões sobre as etapas do planejamento, comumente tratadas na literatura da área, como a de elaboração, execução e avaliação, denominamos algumas outras que consideramos importantes para a organização de qualquer planejamento, a saber:

– Diagnóstico (sondagem da realidade como um todo e sua interpretação) – conhecimento do mundo, da escola, do professor, da turma, dos alunos, da disciplina, dos recursos, entre outros. Nesta fase é fundamental fazer um exercício de olhar, tanto macro quanto micro, sobre a realidade em seus aspectos negativos e positivos.

– Intencionalidade e representação da e para a ação (idealização, a busca de uma finalidade e a sistematização teórica, previsão do que se pretende fazer e alcançar num nível mais geral e amplo de elaboração). Esta etapa exige tanto o envolvimento, sensibilização das pessoas, compromisso, estabelecimento de bom clima de trabalho, quanto a construção de relações entre objetivos-conteúdos-metodologia, seleção e previsão de recursos, bem como os mecanismos para avaliar. Nesta fase, é preciso fomentar o desejo daqueles que planejam numa quase ação. Dependendo da amplitude do trabalho, num plano ou num projeto, a construção de suas partes vai variar segundo o que se considera importante em virtude da realidade percebida e da vontade de superação.

– Realização prática (refere-se à ação concreta, muito embora passível de adaptações e alterações mediante as circunstâncias apontadas pelo diagnóstico, pela intencionalidade da ação, tendo em vista o acompanhamento, seja em planos ou projetos). Esta fase envolve colocar o plano ou projeto em prática, levando em consideração o empenho ativo e criativo dos profissionais na realização e implementação das idéias previstas na intencionalidade e que foram orientadas pelo diagnóstico.

– Acompanhamento (refere-se à avaliação de todas as etapas do planejamento, isto é, no sentido de controlar desvios, verificar a coerência das ações, intensificar medidas, verificar os erros, reformular propostas). Esta etapa é imprescindível a todas as fases do processo, visto que regula e dinamiza o trabalho, objetivando a garantia dos resultados. Para isso é preciso estabelecer critérios claros e válidos que devem decorrer da própria situação concreta e dos valores envolvidos. É importante lembrar que todas essas etapas se complementam, daí a importância de o planejamento, além de ter clareza e objetividade fortalecer a unidade e a coerência entre suas etapas, de forma que os discursos proferidos na fase de diagnóstico e intencionalidade da ação estejam coerentes com a realização prática que será feita, visto o acompanhamento avaliativo proposto.

Planejamento Educacional: Encontramos este tipo de planejamento em nível federal, podendo em menor escala atender a outros níveis de governo, como o estadual e municipal. Considera-se o planejamento em nível federal o tipo de maior abrangência, visto que reflete as políticas educacionais para todo o país, no que se refere a normatizações legais (Leis, Pareceres, Resoluções), aponta diretrizes curriculares em nível nacional, como os Parâmetros Curriculares Nacionais para todos os níveis de ensino alocação, gerenciamento de recursos e atendimento à demanda.

Planejamento Curricular: Na atualidade, o programa curricular da maioria das escolas brasileiras se origina, basicamente, das propostas do governo federal, através das diretrizes dos PCNs. Alguns estados e prefeituras, porém, dispõem de seu Guia Curricular, elaborado pelas próprias Secretarias de Ensino e, em alguns casos, com participação de seus professores. O que nos chama atenção é que, muitas vezes, esses guias, que deveriam servir apenas como orientação para as escolas e professores, acabam funcionando como documento oficial, obrigatório, sem qualquer análise e criticidade por parte dos docentes. No nível micro, a escola também precisa se organizar em termos desse planejamento curricular, tendo em vista as experiências de aprendizagem que se propõe a oferecer para seus alunos e que deverão estar integradas nas diversas atividades e disciplinas curriculares. A escola deve buscar refletir sobre as diretrizes curriculares sugeridas em nível de governo e sobre a sua realidade, visto a sua proposta curricular e o que almeja no seu projeto educativo ou político-pedagógico. Este planejamento curricular não poderá desconsiderar o segmento de ensino que atende, bem como os diversos componentes curriculares.

Planejamento da Escola: Os projetos interdisciplinares visam a atender a troca e o enriquecimento nas áreas do conhecimento das disciplinas que compõem o programa escolar, tendo em vista a integração de fatos e conhecimentos de determinados temas e assuntos e a sua superação, importantes para a formação dos alunos e da escola. Os projetos pedagógicos, ou de aprendizagem, também são bastante encontrados. Estes são conduzidos por uma determinada disciplina e por um professor que parte de temáticas de interesse dos alunos ou da própria escola. Visa ao aprofundamento de um assunto e, conseqüentemente, à aprendizagem dos alunos. Além destes planejamentos, estas escolas também organizam diferentes planos para os seus diferentes setores, como os planos ligados ao setor da direção, da coordenação pedagógica, da sala de leitura e dos professores – nos planos de ensino.

Planejamento de Ensino: Este tipo de planejamento feito pelos professores nas escolas está relacionado ao setor específico do ensino. São os mais próximos da prática dos docentes e podemos encontrá-los subdivididos em Planos de Curso e de Aula. Outras adaptações feitas no Plano de Curso, como os Planos de Unidades, os Semanais e outros, fazem parte do ideário dos professores e podem ser encontrados nas escolas. O que varia é o âmbito e a duração da atividade planejada. É preciso lembrar que, para a maior coerência e organicidade dos Planos de Curso e de Aula, estes devem estar articulados entre si e com o Projeto Político-Pedagógico da escola. Esses planos devem ser assumidos como esquemas flexíveis para, verdadeiramente, servir ao professor, dando-lhe mais segurança na prática pedagógica.

AULA 26: “Plano de Curso: revendo conceitos e práticas no planejamento de ensino”

OBJETIVOS:

Analisar a validade dos planos de ensino tendo em vista a sua realidade profissional;

Identificar as principais etapas do plano de curso.

É um instrumento genérico e amplo de previsão das atividades de ensino de uma disciplina ou área de estudo, durante um período de um curso do professor, ano ou semestre. Para Vasconcellos (1996, p. 119), o plano de curso é “a sistematização da proposta geral de trabalho do professor naquela determinada disciplina ou área de estudo, numa dada realidade”.

O plano de curso, quando organizado com seriedade, facilita o enriquecimento profissional, pois firma um compromisso do professor com o aluno, com o currículo e com a escola. Além disso, dá maior segurança, principalmente aos professores novatos, além de auxiliar os docentes na melhor distribuição do conteúdo pelo tempo disponível e de prever situações e recursos. Muitas escolas do Ensino Fundamental utilizam esse tipo de plano, organizando-o por disciplinas e/ou séries e da forma coletiva ou individual. Algumas escolas optam por dividi-lo em unidades temáticas/didáticas e em bimestres ou trimestres do ano.

Elementos indispensáveis para a sua elaboração: Inicialmente, não podemos desconsiderar o conhecimento do mundo, do alunado. Esses conhecimentos são indispensáveis, pois darão suporte à organização do plano, a partir de seus elementos constitutivos que são: os Objetivos Gerais e Específicos, os Conteúdos, os Procedimentos (as estratégias Metodológicas, as Técnicas), como também os Recursos Didáticos e a Avaliação. Além destes, é preciso também levar em conta a apresentação deste tipo de plano. Para isso, deve-se considerar uma Justificativa e um Cabeçalho. Alguns planos também podem destacar o Número de Aulas ou o número de horas/aulas. Ao final do plano é sempre relevante sinalizar a Bibliografia utilizada (PCNS, livros didáticos, páginas eletrônicas, impressos e outros).

Quanto ao Cabeçalho, este poderá apresentar os dados básicos de identificação, como o nome da escola e do(s) professor (es), da turma(s), série(s), período, tempo das aulas, características das turmas, entre outras informações necessárias.

Em relação à Justificativa, Libâneo (1993) recomenda que esta deve considerar as funções sociais e pedagógicas da educação escolar na nossa sociedade, apresentando a importância e o papel da matéria de ensino para o desenvolvimento do aluno.

Sobre os Recursos Didáticos, embora haja na literatura diferentes enfoques, os entendemos como todos os meios: materiais – físicos, do ambiente (água, folha, pedras e outros); da comunidade (bibliotecas, lojas, indústrias); visuais (projeções, cartazes, gravuras); auditivos (rádio, gravações); audiovisuais (cinema, televisão); digitais (computador) e humanos – professor, alunos, comunidade, profissionais da escola que venham auxiliar no ensino. Estes recursos ajudam o professor na dinamização da aula e, por conseguinte, na aprendizagem da matéria pelos alunos.

Os recursos podem ser muito úteis, quando utilizados de forma adequada, isto é: devem motivar o interesse do aluno; estimular a sua concentração; possibilitar uma ponte com a realidade; facilitar a compreensão de noções abstratas; experimentar concretamente; ampliar informações; fixar a aprendizagem e favorecer a construção do conhecimento.

Os critérios para seleção dos recursos variam porque cada aluno recebe essa mediação de uma determinada forma, por isso não é muito fácil afirmar que esta seleção seja fácil. Lembramos que alguns aspectos facilitam, tais como: os objetivos pretendidos do professor; adequação ao tipo de informação que se quer passar para o aluno; a natureza do conteúdo; o domínio que o professor tem do recurso; a disponibilidade de tempo disponível para organização prévia e para utilização em determinado tempo de aula.

Para cada um desses critérios, devem se somar alguns cuidados:

• examinar previamente o funcionamento do aparelho;

• apresentar no momento adequado;

• verificar as suas possibilidades diante do conteúdo a ser tratado;

• controlar o tempo para sua utilização;

• preparar a turma para a sua utilização;

• treinar em relação como o utilizará.

AULA 27: “Plano de aula: revendo conceitos e práticas no planejamento de ensino”

OBJETIVOS:

Analisar a validade dos planos de ensino tendo em vista a sua realidade profissional;

Identificar as principais fases do plano de aula.

Como um dos planos de ensino que faz parte do planejamento da escola, o plano de aula é um detalhamento do plano de curso. É um meio operacional de trabalho do professor que sistematiza, numa previsão de período/tempo de aula, os elementos contidos no plano de curso, com base no Projeto político-pedagógico da escola.

Para Libâneo (1993) é preciso considerar que, para cada aula, o tempo varia, isto quer dizer que nem sempre completamos numa só aula o desenvolvimento de uma unidade ou tópico de unidade e, também, que “o processo de ensino-aprendizagem se compõe de uma seqüência articulada de fases”.

Mesmo em tempos de novas tendências na prática pedagógica, como o construtivismo, essas fases precisam ser reconhecidas pelos professores, de forma que eles não percam nenhuma oportunidade de acompanhar e mediar a construção do conhecimento dos alunos. Como todo planejamento, o plano de aula carece de reflexões iniciais sobre o mundo que vivemos, o aluno que possuímos. Em seguida, Libâneo (1993, p. 241), indica as seguintes fases: Preparação e apresentação de objetivos, conteúdos e tarefas; Desenvolvimento da matéria nova; Consolidação (fixação de exercícios, recapitulação, sistematização); Aplicação; Avaliação.

Além destas fases contidas dentro do plano de aula, é preciso apresentar no documento escrito um Cabeçalho onde os professores poderão indicar, objetivamente, dados importantes de identificação, como o nome da instituição, do professor/a(es/as) e da disciplina; a série(s); turma; data; período/tempo/hora. Na confecção do plano será preciso especificar também se ele tratará de uma Noção nova? Ou não? Em seguida, é aconselhável formular os Objetivos Específicos. Esta etapa é importantíssima, visto que os objetivos guiarão todos os outros componentes – os conteúdos, os procedimentos de ensino ou didáticos, os recursos e a avaliação. Quanto mais claros forem enunciados os objetivos, melhor. Recomendamos a proposta de Gandin, que inclui, além do comportamento, o QUÊ e o PARA QUÊ (Rever Módulo 4, Aula 14).

Lembramos a importância da estimativa do Tempo, porque este orienta o professor sobre quais etapas ele poderá se deter mais. Outra sugestão é a inclusão da Bibliografia que deverá apresentar as referências das consultas feitas, como: guia curricular, livros didáticos, artigos de jornal, página na Internet e outros. Gandin e Cruz propõem, de forma geral, três etapas ao se pensar em organizar o plano de Aula:

1. filosofia da disciplina (vale também para áreas de estudo, séries, conjunto de séries, habilitações ou cursos) que pode ser pensada por vários ou muitos professores da mesma escola ou da mesma rede de ensino, por exemplo, de um município, ou de várias escolas que tenham uma filosofia em comum e que queiram trabalhar juntas;

2. diagnóstico da turma de alunos para a qual se está elaborando o plano;

3. definição de ações, de atitudes, de normas para um período de tempo, naquela turma.