quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ad2 de História da Educação - 2° semestre de 2009

1ª QUESTÃO




A vinda dos jesuítas para o Brasil não pode ser interpretada de forma neutra e descontextualiza, pois é permeada por interesses que perpassam tanto os objetivos econômicos de Portugal, bem como os objetivos missionários da Igreja Católica. Considerando o exposto e a leitura do texto nº 9 “Prática docente jesuítica e política colonial no Brasil quinhentista” de Maria Cristina Menezes, interprete a seguinte afirmação da autora:



E, finalmente, houve o abandono do ensino profissional, tão prezado no plano de Nóbrega. No entanto, a esse respeito, há que se considerar que, do ponto de vista dos ofícios, no Brasil colonial escravista, um mestre-de-obras, um marceneiro ou um ferreiro, por exemplo, não empregavam trabalhadores assalariados livres: preferiam comprar negros e instruí-los. O número das atividades produtivas era reduzido e a agricultura era tida como trabalho de negros. Essas constatações quanto à sociedade colonial mostram, em certa medida, o quão equivocada se apresentava a visão de Nóbrega. (MENEZES, 2000, p.53).





2ª QUESTÃO





Maria Isabel Moura Nascimento (2007), no texto 10 Instituições escolares no Brasil colonial e imperial, afirma:



Após 210 anos de serviços educacionais prestados ao Brasil, os jesuítas foram banidos porque a educação jesuítica não coadunava com os interesses comerciais do Marquês de Pombal. Portugal estava decadente em relação a outras potências européias, e o Marquês pretendia reerguer o país, colocando as escolas a serviço do Estado e não mais da fé. Com o desmantelamento do sistema jesuítico, a educação brasileira praticamente voltou à estaca zero no início do século XIX.



A partir da constatação da autora, produza um texto argumentativo sobre a questão educacional brasileira após a expulsão dos Jesuítas.

Para o desenvolvimento dessa questão você deverá utilizar também o texto n. 12 “A educação brasileira no período pombalino: uma análise histórica das reformas pombalinas do ensino”, de Lizete Shizue Bomura Maciel e Alexandre Shigunov Neto (2006)





3ª QUESTÃO



O Iluminismo no século XVIII foi uma época de intensa efervescência intelectual na Europa que se espalhou para o novo mundo, fomentando movimentos de independência e emancipação política. Também conhecido como “Século das Luzes” ou Ilustração, marcou o desenvolvimento, no campo cultural e intelectual, de perspectivas coerentes com os interesses da burguesia, como a valorização do uso da razão sobre interpretações metafísicas do mundo, a defesa do liberalismo político e econômico e o anticlericalismo. Destacam-se como teóricos dessas idéias, entre outros pensadores, Quesnay e Adam Smith, no campo do pensamento econômico, Montesquieu na política, assim como os franceses Voltaire e os enciclopedistas D’Alembert e Diderot.



Tendo em vista o que foi acima mencionado, descreva as idéias fundamentais do iluminismo para a educação e a pedagogia.



4ª QUESTÃO





Disserte sobre Johann Heinrich PESTALOZZI e sua pedagogia, apontando os elementos que o aproximam do pensamento de Jean Jacques Rousseau.

Respostas das questões da Ad2 de História da Educação




Questão 3:

O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu durante o século XVIII na Europa e tinha como objetivo maior liberdade econômica e política.

Dentre as principais idéias do iluminismo para a educação e a pedagogia podemos descrever:

Educação ao encargo do Estado (A educação deveria ser dever do Estado sendo estendida a todos os cidadãos de forma pública e gratuita).

Obrigatoriedade e gratuidade do ensino elementar;

Nacionalismo, isto é, recusa do universalismo jesuítico;

Ênfase nas línguas vernáculas, em detrimento do latim;

Orientação prática, voltada para as ciências, técnicas e ofícios, não mais privilegiando o estudo exclusivamente humanístico (A fé na ciência, um papel de relevo no movimento filosófico do Século das Luzes, assumindo-se como um agente poderoso de progresso social pelo fato de permitir uma melhoria considerável das condições de vida do homem).

Política educacional focada no esforço para tornar a escola leiga e função do Estado;

Tornar o ensino como veículo importante das luzes da razão e no combate às superstições e ao obscurantismo religioso (Segundo os filósofos iluministas, o homem vivera, até então, na obscuridade, nas trevas. Seria, portanto, necessário libertá-lo, iluminando-o, de forma a que pudesse ainda desfrutar das vantagens do progresso. A difusão do iluminismo criava, inclusivamente, uma fé imensa no progresso de toda a humanidade, a razão crítica seria a principal responsável pela condução do espírito em direção às grandes verdades, que fariam do homem um ser autônomo, pensante e atuante).



Questão 4:



Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) tinha idéias voltadas para uma Pedagogia denominada Intuitiva, cuja característica é oferecer dados sensíveis à percepção e observação dos alunos. Ele se interessou pela educação elementar, com foco nas crianças pobres. Foi discípulo de Rousseau e as suas idéias se aproximavam bastante do pensamento dele.

Pestalozzi é considerado um dos defensores da escola popular extensiva a todos e acreditava que o povo não deveria receber apenas a simples instrução, mas também uma formação completa. Onde se pudesse estimular o desenvolvimento espontâneo do aluno, pois para ele, o indivíduo é um todo cuja partes devem ser cultivadas.

Suas idéias se aproximam com as de Rousseau pois ambos concebiam a educação como processo que deve seguir a natureza e os princípios da liberdade, da bondade inata do ser e da personalidade individual da criança.

Para Pestalozzi a criança tem potencialidades inatas, que serão desenvolvidas até a maturidade. Ele defendeu uma educação não-repressiva, o ensino como meio de desenvolvimento das capacidades humanas, o cultivo do sentimento, da mente e do caráter. Assim como Rousseau que acreditava que a educação deve buscar a espontaneidade original, livre da escravidão aos hábitos exteriores, a fim de que o indivíduo seja dono de si mesmo, agindo por interesses naturais e não por constrangimento exterior e artificial.

Em relação ao fator da intuição não se limitava à mera visão passiva dos objetos, à contemplação das coisas e sim incluía a atividade intelectual por meio da qual eram criados os objetos. Assim na educação profissional aprende-se trabalhando, fazendo, relacionado conhecimentos e atividades práticas. Assim ele se aproxima de Rousseau novamente que não dava muito valor ao conhecimento transmitido e queria que a criança aprendesse a pensar, não como um processo que vem de fora para dentro, ao contrário, como desenvolvimento interno e natural.

Assim podemos concluir que tanto Pestalozzi como Rousseau tinham como foco um ensino em que não acontecesse através da repressão do educando e sim na prática da liberdade objetivando a formação de um ser humano integral seguindo a natureza.

2 comentários:

  1. Olá!
    Também sou professora e agora ingressei no curso de Pedagogia no Cederj. É um sufoco conciliar as atividades do cotidiano com os estudos... Mas fica tudo mais fácil quando encontramos pessoas dispostas a ajudarem-se mutuamente. Obrigada por este espaço que tanto me abençoou! Deus te recompense e a todos os que colaboram com este blog.

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