quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ad2 de Educação Infantil 1 - 2° semestre de 2009

QUESTÕES






Questão 1: ( valor um ponto- 1,0)





O texto “Indícios utilizados por educadores para avaliar o processo de inserção de bebês em uma creche”, de Caroline Francisca Eltink, apresenta e discute alguns dos resultados de uma pesquisa, que teve como um dos objetivos, conhecer melhor os indícios utilizados por educadores para avaliar o processo de inserção de bebês menores de dois anos na creche.

Escreva um comentário sobre a afirmativa da autora, apresentada abaixo, considerando o conceito de adaptação discutido por ela no texto.



“O processo de adaptação é dinâmico e complexo, envolvendo vários processos inter-relacionados dinamicamente: o da criança, o da mãe, o da educadora, o da creche, o do grupo no qual a criança está inserida, o da família, dentre outros”.





Questão 2: ( valor um ponto- 1,0)





Léa Tiriba em seu texto “Educação e vivência do espaço: diálogos entre a arquitetura e a pedagogia” discute a organização do espaço e o modo de funcionamento das creches e pré-escolas. Comenta que a situação de emparedamento dos espaços promove um desrespeito aos desejos do corpo, o que se acentua em outros níveis de ensino.

A autora aponta uma forma de trabalho focado na questão do espaço da Educação Infantil baseando-se nas três ecologias de Guattari (1990), na contramão das ideias hegemônicas da modernidade, que separam o corpo e mente, emoção e razão.

Comente a proposta de trabalho apresentada pela autora, tendo como referência as três ecologias de Guattari (1990).





Questão 3: ( valor um ponto- 1,0)



Do texto “Culturas infantis, tensões e negociações entre adultos e crianças numa creche domiciliar”, de Ana Cristina Coll Delgado, escolha e copie um trecho que você julgue como a idéia mais importante da autora (indicando a página) e faça um comentário articulado ao texto que justifique a sua escolha.















Questão 4: ( valor um ponto- 1,0)

Daniela Guimarães no texto “Entre a instrução e o diálogo: a construção da identidade educacional das creches” apresenta as tendências que foram se constituindo historicamente no que diz respeito ao atendimento de crianças em creches.


Disserte sobre as bases dessas tendências dando enfoque as correntes de pensamentos que as constituíram.







Questão 5: ( valor um ponto- 1,0)



Na questão anterior você apontou como foi sendo construída a identidade das creches ao longo de décadas. Agora, explique a proposta apontada pela autora para romper com a lógica dessas tendências dominantes.

Resposta das Questões da Ad2 de Educação Infantil




Questão 1:

O processo de adaptação envolve diferentes momentos e personagens. A criança pequena, principalmente, menor de 2 anos que até então estava acostumada com a sua primeira comunidade, ou seja, a família passa a encarar novas rotinas, novos desafios e a interagir com outras pessoas.

Esse processo é dinâmico, pois através da interação tanto a criança como a família, os funcionários da creche passam por situações que promovem o desenvolvimento do grupo. Além disso, envolve os processos internos e externos de cada um. É também um processo complexo, porquê além de promover o desenvolvimento, acontece momentos de sofrimento nas pessoas envolvidas.

Complexo porque o indivíduo é diferente e cada criança reage de uma maneira diferente exigindo criatividade, imaginação e paciência por parte dos funcionários da creche que precisam estar em constante formação.



Questão 2:

A proposta de trabalho apresentada por Léa Tiriba foca a ampliação de espaços e os tempos para as crianças se movimentarem livremente tendo contato com o meio ambiente podendo relaxar, meditar, melhorar a respiração e alimentação, postura, etc.

De acordo com a autora, deve-se criar espaços e rotinas que favoreçam os sentimentos de amizade, companheirismo e solidariedade, sendo aprendidos e exercitados no cotidiano. Criar meios para que a construção dos saberes aconteça de forma natural, prática e prazerosa.

Assim as três ecologias estarão sendo contempladas de forma que crianças e outras pessoas envolvidas no processo se desenvolvam de forma agradável e consciente, ou seja, aprender a “cuidar de mim”, “cuidar de nós” e “cuidar da Terra”.



Questão 3:

“Nas observações do cotidiano percebi o movimento das crianças e suas maneiras de interagir de forma lúdica, quase sempre por intermédio de brincadeiras e jogos de faz-de-conta. As brincadeiras não envolvem necessariamente as imitações e o desempenho de papéis como mãe, pai, filho ou tomadora de conta, como os jogos de faz-de-conta que refletem as interpretações das crianças sobre situações vividas no cotidiano (Corsaro, 2002). De qualquer forma, tanto as brincadeiras quanto os jogos de faz-de-conta traduzem algo específico dos grupos infantis, que é o ato de brincar. De acordo com Sarmento (2002), o brincar e o brinquedo são fatores fundamentais na recriação do mundo e na produção das fantasias infantis.”( ANA CRISTINA DELGADO, p.90, 2006).





Acredita-se que a criança através da brincadeira se desenvolve, aprende, interage e reproduz. No ato de brincar ela envolve o real e o imaginário e assim assimila regras, compreende o que acontece a sua volta e constrói relações com o meio interagindo sobre ele.

As brincadeiras ajudam a desenvolver a linguagem conseqüentemente estimulando o pensamento propiciando o desenvolvimento cognitivo.

Outras atividades como as historinhas e músicas, além de serem momentos prazerosos podem desenvolver o desenvolvimento cerebral e possibilitam a estimulação da imaginação.



Questão 4:

Atendimento de crianças em creches: Tendência Assistencialista.



No Brasil, as creches surgiram em meados do século XIX com um atendimento voltado para o fornecimento de abrigo, alimentação e algum atendimento em higiene e saúde, ou seja, um assistencialismo voltado para os cuidados básicos.

Devido às necessidades da população, o número de creches aumentou significativamente e hoje ainda há muitas instituições que só contemplam o atendimento assistencialista, e deixam de lado a parte pedagógica.

No modelo assistencialista, ou também conhecido como paternalista, o atendimento deveria compensar aquilo que faltava à criança, com base em iniciativas médicas, sanitaristas e filantrópicas, focando os cuidados básicos como proteção e prevenção.

Nesta visão a criança é vista como ser “que ainda não é”, formando-se a partir de ações dos adultos sobre ela.


Deve-se então mudar a visão sobre a criança e oferecer um atendimento “a partir dela” e não somente focado “para ela”. Respeitar sua diversidade e individualidade, estimular sua criatividade e imaginação, e vê-la como ser capaz de pensar e criar. Considerar o cuidado e educação como pilares intrinsecamente ligados na atenção à criança da creche. É um grande desafio, mas para alcançar essa integração das ações de cuidado e educação, será preciso um grande debate na população sobre as reais necessidades que possibilitem o desenvolvimento integral da criança.



Questão 5:

Segundo Daniela Guimarães, para romper com a lógica da tendência assistencialista é preciso conscientizar e resignificar o papel do educador, e considerar que sua atuação envolve presença atenta, disponibilidade, escuta, e o que se chama de sutileza.

Na creche, o “ato de cuidar” não deverá ser abolido, mas sim repensado. Ou seja, através da formação do educador poderá ser desenvolvido e aprendido aspectos físicos, emocionais, cognitivos e sociais.

Segundo a autora é preciso dar espaço à brincadeira, a afetividade e a constituição da expressividade. Ou seja, criar momentos em que estimule a autonomia da criança, a responsabilidade, à participação ativa, a interação com o grupo. Nesta fase, é a identidade da criança que está se formando e as atividades diárias são participantes deste processo, pois muito da cultura do grupo é transmitida nesses momentos.

Para Guimarães, a educação do bebê e da criança deve envolver a formação da identidade, a constituição do “eu” no contato com o social. Então para isso, deve-se despertar no educador a valorização das interações de natureza mais comunicativa, o contato físico, afetivo, o olhar diferenciado para a atividade pedagógica, a atividade recreativa e o contato lúdico.

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